sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Empresários fazem protesto

Laís Costa Marques
Da Redação/Gazeta Digital
Os comerciantes da Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), articulam um movimento em protestos às desapropriações que deverão ocorrer na região em virtude da construção da terceira faixa destinada ao Bus Rapid Transit (BRT). Cerca de 50 locatários de imóveis na região se reúnem para estudar uma maneira de reivindicar mudança no traçado das obras ou indenizações. A partir de segunda-feira (24) a Prainha estará de luto para chamar a atenção da população.

A empresária Dilma Gaião, proprietária da Utilíssima, questiona o futuro de sua empresa e até de seus funcionários, que estão assustados com a possibilidade de ficarem sem emprego. Segundo a empresária, os proprietários dos imóveis nada podem fazer e eles, os locatários, não têm para onde ir caso sejam despejados. "Como é que vou me instalar, de uma hora para outra, em outro ponto. Cuiabá não tem locais disponíveis e minha clientela está formada nesta região, foram quase 5 anos para ter lucro".

A proprietária da papelaria Coxipó Marilene Guimarães, que há 25 anos está no local, diz que é preciso encontrar uma alternativa que contemple a todos. "Sou a favor do desenvolvimento, desde que isso não signifique o fechamento de empresas e o desemprego de muitos". Marilene possui na unidade da Prainha 25 funcionários e paga em torno de R$ 6,5 mil de aluguel. A proprietária do imóvel, diz a empresária, está preocupada com a situação e planeja vir à Capital para ter mais informações sobre assunto.

A comissão de empresários se reuniu com o presidente da Agência Estadual para Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa), Yênes Magalhães, para expor a preocupação sobre o futuro das empresas. Segundo Magalhães, ainda não há o que se conversar porque os projetos só ficam prontos no fim deste mês e até lá não se sabe ao certo quais os locais a serem desapropriados. "Mesmo depois de definidos (os locais), será o secretário extraordinário de Estado para Assuntos da Copa e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Djalma Mendes, quem deverá realizar as negociações". Mendes foi procurado pela reportagem, mas não pode atender porque estava em reunião.

Em encontro com o governador Silval Barbosa (PMDB) durante a inauguração da sede da Agecopa nesta quinta-feira (20), os comerciantes ouviram que o "bem coletivo terá que prevalecer". Além dos antigos comerciantes, empresários que estão chegando na região estão questionando até a liberação do Alvará para a abertura do estabelecimento. Isso porque a autorização para este ano foi concedida e logo haverá desapropriações. Rocélio Rigo inaugura sua loja em duas semanas e está sem saber do futuro. "Como puderam me autorizar o investimento sendo que em breve vão me tirar daqui. Estou conversando com o proprietário do imóvel para decidir o que fazer". Hoje (21) os empresários locatários de imóveis se reúnem novamente. Na segunda-feira (24) as lojas estenderão uma faixa preta na fachada em protesto contra às desapropriações.

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