segunda-feira, 30 de março de 2009

Habitação popular cria efeito manada

Pacote habitacional estimula empresas a construir imóveis em larga escala para a baixa renda

Marianna Aragão e Patrícia Cançado
Jornal O Estado de São Paulo

O mercado imobiliário brasileiro vive de ondas. Na década de 90, as incorporadoras inundaram a cidade de São Paulo de flats e os investidores que apostaram naquela promessa ficaram com o mico na mão. Hoje muitos desses apartamentos estão vazios. Mais recentemente, desmotivadas pela falta de crédito para as classes média e baixa, as empresas colocaram todas as suas fichas nos imóveis de alto padrão. Fizeram tantos lançamentos - e tão parecidos entre si - que várias acumularam estoques ou, pior, foram obrigadas a cancelar projetos no meio do caminho. Com o pacote habitacional anunciado na última semana pelo governo Lula, a moda agora é o popular.
Num mercado congelado pela restrição de crédito e pela falta de comprador, é o único filão onde haverá dinheiro farto - nos alto e médio padrões, os bancos hoje têm liberado financiamento somente para construções com 50% das unidades vendidas e o número de empreendimentos por empresa é limitado.
Mais uma vez, deve surgir na indústria um efeito manada, atraindo desde empresas tradicionais do ramo mais focadas na alta renda até as novatas, que um empresário do setor de construção chamou de "empresa mexerica": aquela que só dá em temporada.
"O grande desafio das construtoras é ocupar esse novo espaço", afirma Rubens Menin, presidente da MRV, uma das poucas que constroem para o segmento econômico desde a sua origem, na década de 70. Mesmo hoje, embora várias empresas digam que atuam nesse nicho, poucas de fato vendem imóveis abaixo de R$ 100 mil. "O mercado privado no Brasil não sabe trabalhar com baixa renda. O imóvel econômico para as construtoras é o de R$ 200 mil e isso não atinge nem 20% da demanda das famílias brasileiras", diz a professora de planejamento urbano da USP, Ermínia Maricato.
Com a enxurrada de recursos do governo, as construtoras parecem, finalmente, ter aceitado o desafio de produzir para esse público. "O pacote resolveu um problema importante para o setor hoje, que é o capital de giro, que está caro e escasso", diz o diretor de relações com investidores da Brascan, Luiz Rogélio Tolosa.
CASO EXEMPLAR
A Cyrela, maior incorporadora do País, é um caso exemplar. Segundo analistas, o controlador da companhia, Elie Horn, sempre viu com certa desconfiança a habitação popular. Recentemente, mudou de opinião. "Hoje a moda é o popular. Então, vamos fazer o popular", afirmou em entrevista há algumas semanas. Na sexta-feira, o empresário reforçou a aposta. Em teleconferência com analistas e investidores, disse que a marca Living (que faz imóveis na faixa de R$ 150 mil) deve representar 50% dos lançamentos e vendas da Cyrela no próximo ano. Em 2008, essa fatia foi de 30%.
A empresa ainda não está preparada para construir para quem ganha menos do que cinco salários mínimos, o grosso dos beneficiados pelo pacote. Mas o empresário prometeu que vai aprimorar o método de construção em grande escala.
"Do ponto de vista da engenharia, não há muito segredo. O preparo não está em construir, mas em desenhar o projeto, entender o que o público precisa", diz o coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli/USP, João da Rocha Lima Júnior.
INDÚSTRIA
Para explorar esse filão, as empresas terão de fazer adaptações, mesmo as que já constroem imóveis econômicos. "A maioria não está acostumada a fazer escalas tão grandes. Na baixa renda, o componente industrial ganha mais importância e o imobiliário, menos", diz o analista da corretora Itaú, David Lawant. "O grande desafio é operacional: avaliar crédito, aprovar na caixa e depois construir, que não é a parte mais difícil. O problema é fazer isso em grande escala, o que exige uma estrutura bastante azeitada. Muitas empresas só fingem que fazem baixa renda", diz um analista que não quis se identificar.
A Rossi, que ficou conhecida nos anos 90 pelo Plano Cem, série de imóveis para a classe média baixa, chegou a desprezar o segmento. Há dois anos, ele representava apenas 13% dos lançamentos. A previsão é que atinja, no mínimo, 50% neste ano.
Seus executivos acreditam que a empresa tem condições de recuperar a experiência do passado para largar na frente. Segundo o diretor do segmento econômico, Renato Diniz, a empresa sabe produzir em escala. Além disso, tem um banco de terrenos no valor de R$ 3 bilhões para receber os empreendimentos. "Pelo menos 90 projetos já estão em fase de aprovação em todo o País."
O que nenhuma empresa fez até hoje foi construir imóveis para quem ganha abaixo de três salários mínimos, até porque nunca houve crédito para elas. "Antes do plano, essas pessoas não conseguiam se enquadrar nas condições de financiamento", diz o presidente da Rodobens Negócios Imobiliários, Eduardo Gorayeb. Agora, a companhia investe para atendê-las. "Já estamos trabalhando para achar viabilidade econômica nesses projetos."
A MRV é outra empresa que pode avançar mais rápido nesse novo mercado, segundo os analistas. Hoje, 93% de seus imóveis são vendidos para famílias com renda entre três e dez salários mínimos. "No nosso caso, vai exigir pequenas adaptações. Temos hoje 250 canteiros de obras espalhados pelo País. Passar para 400 é mais fácil, porque a empresa já está azeitada", diz o presidente da MRV, Rubens Menin.
"Fazer 40 mil unidades por ano, o que muita empresa está prometendo, exige todo um preparo industrial, de logística, de produção, que não se faz da noite para o dia."

sexta-feira, 27 de março de 2009

Casa Popular


Programa federal de habitação tem vários méritos, mas indefinições ameaçam retardar demais a sua efetivação
O PLANO de habitação popular anunciado pelo governo federal é promissor. O seu mérito é priorizar a construção de moradias para a população de renda baixa (até três salários mínimos) -atacando um problema social gritante, que se arrasta há décadas- e reconhecer a necessidade de alta dose de subsídio público para viabilizar os projetos.Conforme salientaram líderes empresariais da construção civil, entre 2009 e 2011 a dotação de recursos para a concessão de subsídios federais na área dará um salto: de menos de R$ 1 bilhão para R$ 20 bilhões. Evitou-se, desta feita, o equívoco do subsídio total. Todos os beneficiários terão de pagar por sua moradia, ainda que esse pagamento se limite a uma fração do valor total do imóvel. A prestação mensal mínima será de R$ 50.
Outro aspecto interessante do programa é a tentativa de contemplar em conjunto as várias etapas de um projeto imobiliário. Fala-se em medidas para simplificar e acelerar da regularização do terreno até o licenciamento ambiental, a aprovação dos projetos nas prefeituras e o registro do imóvel em cartório.
Com relação a esta última etapa, dois pontos merecem destaque: está prevista substancial redução do custo do registro em cartório (que será zero para as famílias com renda até três mínimos); e o imóvel será registrado no nome das mulheres -seguindo o que se faz, por exemplo, no programa habitacional do Estado de São Paulo, um procedimento que protege a família.
O programa também reduz tributos federais a serem pagos pelas construtoras e cria um fundo garantidor -voltado a cobrir, com recursos públicos, perdas devidas à inadimplência. Essas inovações, se forem bem desenvolvidas, abrirão a perspectiva de surgimento de um novo mercado, capaz de atrair construtoras e clientes de portes variados.
Embora seja amplo, articulado e evite incorrer em erros do passado, o programa está longe de constituir realidade. As regras de desburocratização ainda não foram detalhadas. Tampouco estão definidos os mecanismos de articulação com Estados e municípios -que serão responsáveis por várias etapas, como a seleção de famílias contempladas e a aprovação dos projetos.
Além do papel operacional que caberá a Estados e municípios, o Executivo federal negociará colaborações de governos e prefeituras a fim de obter terrenos para os projetos -bem como para ampliar a desoneração tributária da moradia popular. O modo pelo qual essa colaboração poderá ocorrer e as contrapartidas que a União oferecerá ainda são aspectos a serem esclarecidos. De maneira mais geral, cabe implantar mecanismos que coíbam uma prática tradicional no Brasil, em particular no campo da habitação popular: o clientelismo.
O desafio é impedir que a iniciativa seja vista, ou tratada, como "capital político" de um governo em particular -sob pena de que ela se esvazie ou se desvie de seus objetivos. A habitação popular precisa transformar-se numa política de Estado.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Plano de Lula prevê R$ 34 bi para habitação


Planalto lança pacote para a construção de 1 milhão de casas, ancorado em recursos do FGTS e sem data prevista de conclusãoPara se viabilizar, programa dependerá da adesão de Estados, municípios e do setor privado e da aprovação de MPs pelo Congresso
Lula durante o anúncio do programa

SHEILA D'AMORIMLEANDRA PERESSIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha de São Paulo

Sem data prevista para conclusão, ancorado em recursos do FGTS e na dependência da oferta de terrenos e da adesão de Estados, municípios e da iniciativa privada, o governo federal lançou ontem um programa para a construção de 1 milhão de moradias.
É um aumento de quase dez vezes em relação ao número de novas casas construídas para famílias de até dez salários com recursos do FGTS em 2008. Para garantir a meta, o governo promete gastar R$ 34 bilhões (o equivalente a três programas Bolsa Família) a partir de 13 de abril, somando o dinheiro do Tesouro e dos trabalhadores.
Com o nome de Minha Casa, Minha Vida, imagens de famílias sorridentes nas peças publicitárias e slogans que falavam de "esperança para os brasileiros", o programa foi lançado pelo presidente Lula, com quase três meses de atraso, como mais uma medida para combater a crise econômica, ajudar o setor de construção civil e gerar empregos no país.
Mas o discurso oficial mudou de tom. Depois de dizer que faria as casas até o final do seu mandato, no ano que vem, Lula não quer mais falar de prazo para entrega dos imóveis.
"E não me cobrem", disse na cerimônia, ressaltando, em seguida, que o importante seria a determinação de que não faltará dinheiro. Mas a continuidade do programa além de 2010 dependerá do sucessor de Lula.
"Imaginávamos que fosse possível cumpri-lo em dois anos, mas não tem limite, não tem data. Portanto, ninguém me cobre que vamos fazer 1 milhão de casas em dois anos. A gente não tem que se importar com o tempo. Gostaria que terminasse em 2009. Sei que não dá. Se não der em 2010, que vá para 2011", disse.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à sucessão de Lula e encarregada de anunciar o pacote, disse que o prazo não depende de decisão do presidente ou de vontade política, mas do andamento das obras pelas empresas.
Outro ponto de convergência entre o pacote e as eleições do ano que vem está no fato de que serão os Estados, onde haverá pleito, e os municípios que irão cadastrar as 400 mil famílias de baixa renda a serem beneficiadas com casas, pagando no mínimo R$ 50 de prestação por mês. A Caixa Econômica Federal também aumentará seu poder, já que todos os projetos terão que ter o aval do banco.
Anticrise
O governo acredita que o novo programa irá movimentar a economia ao gerar 1,5 milhão de empregos e "2% a mais de crescimento no PIB [soma de tudo o que é produzido no Brasil]", segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Os números, atribuídos a levantamento da FGV (Fundação Getulio Vargas), chocam-se com as declaração do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), na véspera do lançamento do pacote. Bernardo havia citado 532 mil empregos e 0,7% a mais na economia, citando a mesma FGV.
Dos R$ 34 bilhões prometidos pelo governo, R$ 20,5 bilhões são recursos provenientes do Tesouro Nacional divididos entre subsídios para a baixa renda (R$ 18,5 bilhões) e a criação de um fundo que vai baratear o seguro de vida e de danos aos imóveis e cobrir a inadimplência de quem perder o emprego (R$ 2 bilhões).
Mas a principal fonte de dinheiro para o programa do governo será o caixa do FGTS. O fundo formado com dinheiro dos trabalhadores oferecerá R$ 26,5 bilhões, sendo R$ 19 bilhões em recursos para empréstimos a mutuários neste ano e R$ 7,5 bilhões em subsídios ao longo do programa.
As construtoras terão R$ 5 bilhões via empréstimo da Caixa mais R$ 1 bilhão por meio de financiamento do BNDES.Em 2009, só sairão do caixa do Tesouro algo entre R$ 6,5 bilhões e R$ 6,8 bilhões, de acordo com Paulo Bernardo. Para isso, será encaminhado um projeto de lei ao Congresso abrindo um crédito extraordinário no Orçamento.
O programa foi dividido em três categorias. Famílias com renda até R$ 1.395 serão subsidiadas quase que integralmente pelo governo. O grupo que recebe entre R$ 1.395 e R$ 2.790 terá ajuda federal e do FGTS, mas será obrigado a tomar um financiamento bancário para comprar sua casa. Já as famílias com renda acima de R$ 2.790 até R$ 4.650 não terão subsídio, mas contarão com seguro mais barato e proteção contra inadimplência.
A primeira prestação só começará a ser paga quando o imóvel estiver pronto e, nos financiamentos, a entrada será opcional.O governo dependerá do Congresso para aprovar, além do crédito, duas medidas provisórias. Uma delas reduzirá o imposto cobrado das construtoras e a outra para acelerar a regularização de terras em áreas urbanas. Na prática, isso permitirá que os prefeitos e governadores tenham mais poder para alterar a destinação do uso de áreas privadas e públicas para o programa habitacional.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Pacote habitacional: custo do imóvel será regionalizado


Por: Flávia Furlan Nunes
25/03/09
InfoMoney

SÃO PAULO - Em evento de lançamento do pacote de habitação, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o custo dos imóveis será regionalizado. "O imóvel em São Paulo tem um preço, no Rio Grande do Sul tem outro, na Paraíba tem outro e no Amazonas tem outro", disse nesta quarta-feira (25).
Ela ainda afirmou que os recursos do programa, que somam R$ 34 bilhões, serão distribuídos pelas regiões de acordo com o déficit habitacional verificado por pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Sudeste é mais beneficiadoNo pacote de habitação lançado pelo governo, o Sudeste lidera o ranking de regiões com o maior número de moradias previstas. Serão construídas 363.984 unidades, o que representa 36,4% do total. Dentre as unidades federativas, São Paulo lidera o ranking, com 183.995 unidades.
Ainda na análise regional, o Nordeste está na segunda posição em número de moradias a serem construídas pelo pacote do governo, com 343.197 unidades (34,3%). Nesta região, destacam-se a Bahia (80.744), o Maranhão (72.756) e o Ceará (51.644).
Outras regiõesNo Sul, a previsão é de construção de 120.016 unidades (12% do total), com destaque para o Rio Grande do Sul (51.795) e o Paraná (44.172). No Norte, as unidades totalizam 103.018 casas, com maioria no Pará (50.667) e Amazonas (22.238).
O Centro-Oeste irá receber 69.786 moradias com o programa de habitação lançado pelo governo, sendo que a maioria está localizada em Goiás (27.613), de acordo com a Agência Brasil.

terça-feira, 24 de março de 2009

Santander e Sotheby's Fecham Acordo Para Financiar Imóveis de Alto Padrão

José Guerra
Jornal DCI

SÃO PAULO - O banco Santander e a Sotheby's esperam encontrar no segmento de alta renda mais um impulsionador do crédito imobiliário no País. Para explorar esse nicho, as instituições fecharam parceria ontem, com o objetivo de financiar residências de alto padrão. A previsão é de angariar entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos de duração do acordo, em crédito desse tipo. A Sotheby's, uma das maiores casas de leilões do mundo, também atua na área de imóveis de alto luxo.
Segundo o presidente do banco espanhol no Brasil, Fábio Barbosa, esse é um mercado que ainda não contava com esse financiamento. "Esse público pode, muitas vezes, obter um retorno financeiro maior parcelando o imóvel, e investindo em outras aplicações, do que pagando-o a vista", acredita. Para isso, o banco eliminou o teto das operações de crédito habitacional, de R$ 800 mil.Ainda segundo Barbosa, a instituição viu aí uma oportunidade de negócios, mesmo durante a crise. "A oportunidade é maior, vamos atender uma classe que não tinha acesso ao financiamento e apresentar uma solução financeira melhor para esse público", acredita o executivo.
Para o diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander, José Roberto Machado, esse público tem uma maneira diferente de se relacionar com o mercado. "Essa faixa não acessa o financiamento imobiliário, preferindo pagar a vista. Agora, com essa parceria, passaremos a atuar mais fortemente nesse nicho.
"Segundo ele, neste primeiro ano de operações deverá haver um forte trabalho educacional com essa classe mais abastada, mostrando outras oportunidades de negócios: "Iremos acompanhar o desenvolvimento do projeto para traçar as expectativas".
Segundo o representante da Sotheby's no Brasil, Fábio Rossi, o mundo todo trabalha com financiamento para alto padrão.
"As coisas boas continuam boas durante a crise, e até se valorizam. A Quinta Avenida ainda é a Quinta Avenida e a Avenida Paulista ainda é a Paulista", diz, comparando a avenida paulistana com a famosa avenida nova-iorquina.
O diretor executivo da Sotheby's Michael Good, acredita que o País é uma excelente oportunidade de investimentos. "O Brasil está entre os três mercados mais significativos das Américas, com os Estados Unidos e o Canadá", afirmou.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vendas de Casas Usadas nos EUA Ficam Acima do Esperado em Fevereiro

Por: Equipe InfoMoney
23/03/09
InfoMoney

SÃO PAULO - O número de vendas de casas usadas nos EUA ficou acima das expectativas dos analistas durante os 12 meses encerrados em fevereiro, de acordo com os dados divulgados pela Associação de Corretoras de Imóveis do país nesta segunda-feira (23).
As vendas anualizadas registradas no período atingiram o patamar de 4,72 milhões de casas, superior às estimativas de 4,45 milhões do mercado. Em janeiro, foram contabilizadas 4,49 milhões de casas.
Importância do índiceComo o volume de casas usadas responde por 85% do volume total de vendas de imóveis nos EUA, este é um componente importante para a retomada do crescimento econômico nos EUA.
O indicador serve de referência aos desdobramentos da crise subprime. As turbulências no segmento de crédito têm levado os mercados de todo o mundo a experimentarem forte volatilidade.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Para Alugar Imóveis que Precisam de Reforma, Fique de Olho nos Gastos

Por: Equipe InfoMoney
20/03/09
InfoMoney

SÃO PAULO - Vidros quebrados, sujeira, paredes com pintura gasta, pisos fora do lugar. Na procura por um imóvel para alugar, o futuro inquilino acaba se deparando com locais em condições não muito aprazíveis. Muitas vezes, sem opção, ele acaba aceitando reformar o imóvel. Nesse caso, é preciso ponderar entre as possíveis vantagens que o proprietário do imóvel possa oferecer e, principalmente, aos custos, para não ter problemas lá na frente.
"Isso tem que ser analisado com cautela", afirma o engenheiro civil, Flavio Figueiredo, especialista em avaliações e perícias de imóveis. Segundo ele, para não sair no prejuízo, o futuro inquilino deve se atentar à real condição do imóvel. "Os reparos podem custar mais caro do que aparentam". Por isso, ele aconselha que quando encontrar o local desejado e este precisar de reformas, o bom mesmo é chamar um engenheiro ou arquiteto de confiança, que lhe dê uma ideia de qual será o custo real da reforma.
Decidi pela reforma, qual é a vantagem?
Além de deixar o imóvel do seu jeito, no fim das contas, o inquilino pode ter o valor gasto com a reforma devolvido. Uma das formas mais comuns de descontar esse valor é a "carência" no aluguel. "Período de carência tem que cobrir o prazo e os custos da reforma", explica o engenheiro. Nesse caso, o proprietário isenta o inquilino do aluguel por dois ou três meses ou pelo tempo equivalente ao valor gasto com a reforma.
Há ainda a opção de abater do aluguel o valor gasto, em parcelas. Mas, para não ter problemas, nada disso pode ser feito de maneira informal, tudo tem que estar previsto em contrato, como explica o especialista. "Em cláusula contratual é possível especificar os serviços, que pode ser uma coisa muito simples, como troca de janelas, mas às vezes, pode ser algo maior".
No entanto, o inquilino deve ficar atento e ter visão de curto prazo. Um exemplo: se você assina um contrato de 36 meses, no valor de R$ 700 ao mês, e gastou R$ 10 mil com a reforma, sem considerar outros fatores, em média, o gasto da reforma fica em quase R$ 300 por mês, até o fim do contrato. Se esse valor for abatido no aluguel, por mês, o inquilino paga R$ 400. A princípio pode até parecer vantajoso, mas é importante não esquecer que você gastou R$ 10 mil de uma vez só e que ao longo desse período o dinheiro poderia estar rendendo em alguma aplicação.
Figueiredo lembra, no entanto, que caso a reforma não seja muito onerosa, uma carência de dois a três meses pode acabar sendo vantajosa. "Tudo parte de uma noção de valores" e negociação, afirma o engenheiro.
Nada de transtornos
"Alugar um imóvel que precisa de reformas não é vantajoso", afirma, categórico, o presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), José Viana. "É evidente que o inquilino terá uma responsabilidade maior", considera.
Viana lembra que não são só os custos que o futuro inquilino tem que considerar. O tempo e os transtornos que uma reforma traz também devem ser considerados. Ele questiona como uma pessoa vai morar em um local que está passando por reforma. Nesse caso, a carência não é, segundo ele, necessariamente uma vantagem. Isso porque, dependendo das condições do imóvel, o inquilino fica impedido de utilizá-lo enquanto a reforma não terminar.
Além disso, há a questão dos gastos. Viana explica que o proprietário pode questionar esses valores, já que, geralmente, ele não irá considerar a qualidade, mas o custo. "A questão dos comprovantes é questionável, porque tem que se considerar a qualidade do material, o custo da mão-de-obra".
E não é só isso. Ele lembra que há, ainda, a questão de aspecto legal. Para efetuar uma reforma, dependendo do imóvel, principalmente em apartamentos, é preciso a aprovação da Prefeitura. Para isso, é necessário ir até a Secretaria Municipal de Habitação munido do Certificado de Regularidade do imóvel. Enfim, enfrentar a burocracia.
Para o presidente do Creci-SP, alugar um imóvel que precisa de reparos "é uma questão de traz muitas dificuldades". Por essas e outras possíveis dificuldades, ele finaliza: "exceto se a pessoa realmente tiver necessidade de alugar aquele imóvel, eu desaconselho que o faça".
O outro lado
Os proprietários também devem ficar atentos quando escolhem deixar nas mãos dos inquilinos os custos da reforma. Figueiredo alerta que o que parece ser uma vantagem, pode gerar prejuízo.
Ele afirma que, muitas vezes, a reforma nada mais é do que uma limpeza geral e uma boa pintura, que podem sair mais baratas ao proprietário que o período de carência concedido. Além disso, há a incerteza sobre se o inquilino cumprirá a sua parte no acordo. Por isso, tudo deve estar estabelecido em contrato.
"É uma sensação de falso ganho, pois o proprietário calcula o valor das despesas aleatoriamente e acaba levando prejuízo financeiro, além de correr o risco do inquilino não fazer os reparos ou então fazer mal feito", afirma.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mercado Imobiliário Volta a Atrair Compradores no Primeiro Trimestre

Por: Roberta de Matos Vilas Boas
19/03/09
InfoMoney

SÃO PAULO - O mercado imobiliário voltou a vender no primeiro trimestre do ano, segundo informou o Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Entre as razões atribuídas para isso, estão as facilidades criadas pelo setor para incentivar as vendas, como prazos maiores, descontos de até 15% nos preços e menor valor de entrada.
Segundo o vice-presidente de Comercialização e Marketing da entidade, Elbio Fernández Mera, mesmo no último trimestre de 2008, quando a crise se intensificou, as pessoas não deixaram de visitar imóveis, porém, não efetuavam a compra, com medo do que poderia acontecer nos meses seguintes.
"Esses compradores queriam entender como ficaria a situação deles e da economia. Na medida que o tempo foi passado e essas pessoas foram analisando como a compra afetava o futuro, uns analisaram que a aquisição seria positiva", diz. Além disso, afirma Fernández, algumas pessoas também decidiram pela compra, por analisar o imóvel como uma forma segura de investir o dinheiro nesse momento de crise.
Procura por Imóveis
Apesar de não divulgar nenhum número, o vice-presidente da entidade afirma que o movimento de procura dos imóveis pelos consumidores esta voltando a crescer, mas não no mesmo ritmo apresentado no ano passado. "Evidentemente não voltamos ainda nem ao ritmo de 2007, mas trabalharemos no ritmo de 2006, com a certeza de que começaremos a superar a desaceleração no segundo semestre", afirma.
Para ele, a projeção do Secovi, de 52 mil novas unidades lançadas em 2009 na Grande São Paulo, será confirmada no fim do ano. "Sem dúvida, a projeção é abaixo do lançado em 2007 ou 2008, mas acima dos anos anteriores".
Fernández ressalta que o crédito para o setor tende a se normalizar e, embora a concessão de empréstimos tenha tido uma seletividade maior, a restrição não foi tão intensa quanto em outros setores.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Setor Imobiliário Corre Risco de Viver Nova Crise de Credibilidade

O momento não é fácil para as empresas que atuam no setor imobiliário. Ao contrário dos últimos dois anos, em que as expectativas de bonança acirraram a competição por bons espaços nas grandes capitais do País, supervalorizando o preço dos terrenos e transformando essas áreas em promessas de bons negócios, hoje executivos do setor perdem o sono ante uma possibilidade sombria: não sendo possível prever a demanda, muito menos transformar os terrenos em capital de giro, como manter as taxas de crescimento para 2009 e remunerar os acionistas? A resposta não é fácil, especialmente quando as companhias ainda estão engolindo o impacto da nova lei contábil (lei 11.638 de 28/12/2007), que devorou alguns milhões do lucro líquido de várias delas.
"Já vivemos uma crise de credibilidade no setor financeiro e corremos o risco de enfrentar uma nova crise de credibilidade no mercado imobiliário", afirma Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems Brasil, consultoria especializada em análise de risco de empreendimentos e investimentos. "Não havia demanda para consumir o que foi colocado, ainda assim as empresas estocaram-se de terrenos com perspectivas do que viria a ser, mas não aconteceu", avalia.
Um dos problemas, explica ele, é que não houve um crescimento tão forte assim na base, onde está o déficit habitacional, para atender a oferta do mercado imobiliário. "Não adianta colocar produto popular, quando as pessoas que realmente necessitam não têm crédito para adquirir esses imóveis", diz Assumpção.
E após tantas promessas, Assumpção é cético: "Temos que ver como essas empresas vão pagar a conta e remunerar os investidores na proporção que foi prometido". Segundo ele, recente decisão da Gafisa é um dos maiores indicadores das dificuldades do setor imobiliário.
"A Gafisa surpreendeu ao divulgar que estaria adotando uma postura conservadora em relação aos seus lançamentos, inclusive prevendo cancelamentos de projetos e devolução do dinheiro das pessoas que já compraram os projetos", afirma o consultor. Essa estratégia, avalia, "cria um clima de tensão, ainda muito complicado para o mercado brasileiro, que passou pelo caso Encol. "O fantasma da Encol ainda está presente em muitas pesquisas", diz.
Nos meses de novembro e dezembro do ano passado, a Gafisa trabalhou com um período de pré-reservas mais longo em seus empreendimentos na tentativa de prever a aceitação do mercado. A estratégia mostrou-se como um caminho para tentar prever a demanda. "Esta é uma estratégia efetiva", diz Antonio Carlos Ferreira, diretor de incorporação da Gafisa. Na Brasil Brokers, esta tendência também já foi percebida. "Antes da crise não havia teste de pré-reserva. Os incorporadores não olhavam o mercado e já partiam para a comercialização porque a demanda estava muito aquecida", conta Álvaro Soares, diretor financeiro e relações com investidores da Brasil Brokers.
O executivo afirma que, em média, o período de pré-reservas, que geralmente dura de dois a três meses, tem se estendido 30 dias. Outra mudança é que os incorporadores agora estão exigindo o mínimo de 50% de reservas para lançar oficialmente o produto. Além de esticar o período de pré-reservas, algumas empresas do setor começam a visualizar como uma possibilidade mais concreta o cancelamento do empreendimento, caso as vendas não atinjam um desempenho satisfatório no período de seis meses após o lançamento, conforme assegura a lei. "Mas com 40%, 60% ou 70% comercializado não há possibilidade de voltar atrás", diz Wilson Amaral presidente da Gafisa.
Segundo Orlando Viscardi, diretor de relações com investidores e diretor financeiro da Rodobens Negócios Imobiliários, o problema é que existe uma baixa visibilidade sobre como será a demanda em 2009. "Estamos fazendo como todas as empresas, adequando nossa oferta", avalia.
A Rodobens iniciou no terceiro trimestre de 2008 uma estratégia de redução no volume de lançamentos, "tão logo foi detectada desaceleração na demanda por imóveis novos e redução na velocidade de vendas". Considerando projetos aprovados e que deveriam ser lançados em 2008, mas que forma postergados, ainda sem data definida, a empresa já soma um valor de vendas potencial de R$358 milhões, dos quais R$288 milhões com lançamento anteriormente planejado para quatro trimestre.
Even e EzTec
"Sempre estamos sentindo a temperatura do mercado. Pode ser que um determinado empreendimento tenha o período de reservas mais demorado e o outro não", diz Dany Muszkat, diretor de relações com investidores da Even. A incorporadora teve o seu lucro líquido impactado em menos R$ 20 milhões devido à nova lei contábil, que ficou em R$ 59 milhões. Sem as modificações impostas pela nova lei, o lucro teria sido de R$ 79,7 milhões, crescimento de 165% na comparação com 2007. A receita líquida foi de R$ 825 milhões em 2008, 93% superior na comparação com o ano anterior. O lucro líquido da BR Brokers, que abriu o capital no ano passado, foi de R$ 26,5 milhões no acumulado de 2008, já considerando-se as mudanças trazidas pela Lei número 11.638. Sem estes ajustes, o lucro líquido da empresa no período seria de R$ 58,3 milhões.
De acordo com Emílio Fugazza, diretor financeiro e de relações com investidores da EzTec, a empresa também não está trabalhando com prévias e sim, com o lançamentos isolado de produtos. "Inauguramos o estande para fazer um período de aquecimento e testar as vendas, a fim de saber se o empreendimento terá demanda ou não", afirma. A empresa, que vem adotando uma postura conservadora, fechou o ano com um lucro de R$ 102,1 milhões, resultados que só não foi maior devido as adequações com a nova lei.

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Cintia Esteves e Regiane de Oliveira

terça-feira, 17 de março de 2009

Habitação: Preços no Varejo Aliviam Bolso do Consumidor em Fevereiro


Por: Flávia Furlan Nunes
17/03/09 - 10h04
InfoMoney

SÃO PAULO - Se o desemprego tem amedrontado os brasileiros, a inflação tem dado um alívio, principalmente em itens relacionados à moradia. Tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, essas despesas registraram queda de preços no segundo mês do ano.
De acordo com o Índice de Preços no Varejo, divulgado mensalmente pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), a atividade de materiais para construção passou de uma taxa de inflação de 0,39% em janeiro para uma queda de preços de 0,40% em fevereiro, primeira variação negativa desde junho de 2007.
"Com os desdobramentos da crise, as vendas da atividade passaram a descrever trajetória contrária, impactando diretamente nos preços dos artigos", afirmou a economista da entidade, Júlia Ximenes. De acordo com ela, a desoneração tributária para a construção civil pode reverter o quadro de estagnação nas vendas e realinhar os preços.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, por sua vez, dos sete grupos analisados no comércio varejista, três apresentaram recuo de preços. O destaque ficou com a Alimentação (-0,57%0), mas logo em seguida estão itens relacionadas à moradia, como os artigos de residência, que sofreram uma diminuição de preços na ordem de 0,55%, e a manutenção predial, com queda de 0,01%. Os dados são da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro)
Por outro lado, quando analisado o acumulado do ano, um dos itens relacionados à moradia foi destaque de alta na cidade do Rio de Janeiro, pois apresentou aumento de preços: manutenção predial subiu 1,37%.
Metodologia
O Índice de Preços do Comércio Varejista - Amplo da cidade do Rio de Janeiro é um levantamento mensal de 39.720 preços, de 396 itens, em 720 pontos comerciais. A população-objetivo são as famílias com rendimentos de até 40 salários mensais.
Já no índice da cidade de São Paulo, os dados são coletados junto a cerca de 2 mil estabelecimentos comerciais, contemplando 21 segmentos varejistas e 450 subitens pesquisados. A pesquisa conta com uma amostra mensal de aproximadamente 105 mil tomadas de preços.

segunda-feira, 16 de março de 2009

De Olho na Papelada: Guarde os Documentos Gerados na Hora de Alugar um Imóvel

Por: Equipe InfoMoney
16/03/09 - 11h19

SÃO PAULO - Na hora de alugar, é bom ser organizado, pois toda papelada gerada ao longo da locação de um imóvel, seja residencial ou comercial, tem de ser arquivada por anos. A preservação dos documentos garante, na hora de eventuais fiscalizações, justificar possíveis questionamentos por parte de inquilinos, fiadores e proprietários.
Por ano, um contrato de locação pode gerar cerca de 100 documentos. De acordo com a imobiliária Lello Imóveis, há documentos que devem ser guardados por dez anos, como os comprovantes de pagamento de IPTU.
"O arquivo dos documentos pelo tempo correto é fundamental para resguardar os interesses de locadores, locatários e fiadores", afirma a gerente de Locação e Vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes.
Organize-sePara não ter problemas, o melhor mesmo é comprar pastinhas, separar algumas gavetas e se organizar. Veja a lista dos principais documentos e o prazo que eles devem permanecer engavetados:
Principais documentos que devem ser arquivados
Documentos / Prazos de Arquivo
-Apólices de Seguro e Comprovantes de pagamento / Um ano após o final da vigência
-Comprovante de pagamento de condomínio / Cinco anos
-Comprovantes de pagamendo de IPTU / Dez anos
-DARF IR / Seis anos
-Declaração IRPF / Seis anos
-Demonstrativo de Contas e Administração de Imóvel / Cinco anos
-Extrato Bancário / Um ano
-Faturas de Serviços(energia elétrica, água, telefone, gás) / Um ano após o pagamento
-Nota Fiscal(serviços de administração de imóveis) / Cinco anos
-Notas Fiscais de benfeitorias em imóveis / Até o final da garantia(no máximo cinco anos)

Fonte: Lello Imóveis

sexta-feira, 13 de março de 2009

Habitação: Lula Confirma Parcelas Menores e Isenção da Taxa de Seguro de Vida

Por: Equipe InfoMoney
13/03/09 - 10h12


SÃO PAULO - Na última quinta-feira (12), o presidente Lula adiantou duas medidas que farão parte do plano habitacional a ser lançado pelo Governo: isenção da taxa do seguro de vida, embutida nas prestações, e o pagamento integral das parcelas do financiamento após a entrega das chaves.
A cobrança do seguro é feita sobre o valor da prestação em um percentual, geralmente, de 10%, podendo chegar a 37%. "Vamos acabar com isso", garantiu Lula. Além disso, aqueles que moram de aluguel só pagarão o valor integral das prestações da casa própria quando estiverem com as chaves na mão. Até lá, Lula garante que será cobrada apenas uma taxa simbólica de R$ 20 a R$ 30.
Além disso, segundo Agência Brasil, o presidente afirmou que as condições de financiamentos dos imóveis terão "um padrão de juros e de seguro de vida totalmente diferentes".
O plano habitacional do Governo, que prevê a construção de 1 milhão de casas populares até 2010, ainda não foi lançado, mas Lula já adiantou que o anúncio deve ocorrer em, no máximo, 10 dias, de acordo com a Agência Brasil.
A ideia é estimular os setores da Construção Civil e Imobiliário para driblar a crise que atingiu o setor a fim de gerar empregos e conceder crédito para a compra do imóvel a famílias de baixa.
Medidas previstasNos últimos dias, governadores de vários estados do País se reuniram com os ministros das Cidades, Márcio Fortes; da Fazenda, Guido Mantega; e da Casa Civil, Dilma Rousseff para discutir e definir o papel dos estados ao longo da implantação das medidas de incentivo ao setor habitacional.
Nessas reuniões foram discutidos, entre outros assuntos, a gestão dos recursos destinados aos planos, além das formas de financiamento e pagamento das prestações.
O governador do Acre, Binho Marques, chegou a afirmar que famílias cuja renda não ultrapasse três salários mínimos poderão financiar quase 100% do valor da casa própria.
O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, pediu a descentralização dos recursos, para que não apenas a Caixa Econômica os gerencie. Ele afirmou que os estados devem ter participação nessa gestão.
Nos encontros, foi cogitada a isenção de impostos na compra de materiais de construção. No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já anunciou que as medidas não contarão com redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
De acordo com o ministro, as medidas do pacote se concentrarão em facilitar a compra da casa própria. A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda disse que, por outro lado, o pacote prevê redução de outros impostos.
Tentar diminuir a burocracia também está na pauta de discussão. O governador do Distrito Federal, José Arruda, chegou a alertar a ministra Dilma Rousseff que, sem a redução na burocracia, a proposta do Governo não sairá do papel.
Em outro momento, Dilma adiantou que as mulheres terão prioridade no programa. Segundo a ministra, a medida, além de ser indispensável para a estruturação familiar, também servirá para reafirmar o papel central da mulher na sociedade.
A carência no pagamento de parcelas do financiamento imobiliário, caso as famílias passem por dificuldades financeiras, como uma situação temporária de desemprego, também é uma proposta aguardada pelo setor de construção civil.
Todas essas medidas ainda não foram confirmadas, mas estão sendo aguardadas.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Todos à Espera do Pacote da Habitação

Gazeta Mercantil/Relatorio - Pág. 1
Natália Flach

Como já era esperado, o crescimento da economia brasileira no quarto trimestre de 2008 foi menor do que o do terceiro trimestre. Mesmo assim, o Produto Interno Bruto (PIB) fechou o período com uma expansão acumulada de 5,1%. "O resultado veio ao encontro do que se esperava", afirma Ana Maria Castelo, consultora da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Agora, economistas, consultores e empresários mudam o foco da análise e se debruçam sobre as possíveis projeções para este ano.
Sérgio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), diz que ainda tem esperanças de que a construção civil - que cresceu 8% em 2008, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última terça-feira - consiga obter resultados positivos, mas não tão expressivos quanto os dos últimos 12 meses. "A construção vinha até o terceiro trimestre com crescimento de 11,7%. A atividade econômica de dezembro é da ordem de 2% e esse número carrega a atividade em 2009", afirma.
Watanabe é um dos palestrantes do workshop "Panorama da Construção Civil em 2009" que está sendo realizado hoje pelo Sinduscon-SP, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele acredita que, em um cenário mais pessimista, o PIB da construção ficará em torno de 3,5%. Já se a crise for uma "marolinha", pode chegar a 4,7%. "O problema é que depois de cinco meses de turbulência financeira pode-se perceber que estamos nos encaminhando para um cenário mais desfavorável", analisa.
A solução para reverter esse quadro está sendo anunciada há meses: o pacote econômico do governo federal. "É um grande incentivo para a economia e para o setor", afirma Watanabe. Mas ele ressalta a importância de ser claramente definido o lugar de onde partirão os recursos para financiar ou subsidiar a compra da casa própria, além da necessidade indispensável do fundo garantidor.
Outro ponto que deve ser levado em conta é a articulação entre as esferas federal, estadual e municipal no que se refere à legislação e à redução dos tributos. "O governo tem que fazer com que os projetos fluam mais agilmente, de forma a uniformizar as edificações para facilitar as aprovações. Mas até tudo isso virar obra, todos os aspectos do pacote têm de ser azeitados. O setor espera com ansiedade que o atual conjunto de medidas se transforme em um programa duradouro", diz Watanabe.
Roberto de Souza, presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), acrescenta que as legislações nas diversas cidades brasileiras são diferentes no que se refere a mercado imobiliário, por isso a importância de "uniformizar as legislações e assim montar uma indústria da habitação", afirma.
Souza lembra que ainda há muitas obras a serem entregues em 2009, já que o ciclo da construção varia de 36 a 42 meses, contando os trâmites para a compra do terreno. Esse panorama provoca, mesmo em pequena escala, contratações para o setor. "É difícil definir o futuro, porque houve, sim, retração de novos lançamentos e desmobilização de equipes. E isso pode criar um hiato a partir do segundo semestre de 2010 e início de 2011", explica. Ana Maria concorda. "O problema está sendo postergado para o ano que vem. Por isso, o pacote do governo é tão importante, é ele que pode reverter essa expectativa negativa e melhorar o nível de atividade", espera.
"Mas pelo menos, já é possível ver uma chama acesa durante a crise: os compradores estão menos assustados, o que significa uma possível retomada na compra de imóveis e a volta de todo o ciclo", comenta Souza.
Histórico
Entre 2001 e 2006, o mercado imobiliário crescia entre 5% e 10% ao ano, taxas consideradas "bem comportadas". Mas em 2007 o caldeirão explodiu e todo mundo foi beneficiado com uma alta de 50%, que se arrastou até agosto de 2008, quando mensalmente se atingia 20% de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior. Setembro, por sua vez, tomou uma anestesia. A diferença de países como Espanha e Estados Unidos é que no Brasil ainda se encontram demanda e crédito bom. Está certo que não com a mesma qualidade ou fartura, mas o País não é o centro do furacão, segundo João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).
"Este ano vamos seguir uma reta mais comportada, devemos crescer 10% acima de 2006 e lançar 28 mil unidades. É bom lembrar que 2007 e 2008 são cartas fora do baralho, vai ser difícil repetir anos tão extraordinários quanto aqueles", diz Crestana. O presidente do Secovi-SP acrescenta que o segmento imobiliário voltado para as classes mais altas vão continuar tendo demanda, mas o nicho é bem pequeno e específico. A grande aposta, na verdade, fica com os empreendimentos voltados para classe média e média baixa que "são tremendamente carentes de oportunidades".
Para incentivar isso, o presidente Luís Inácio Lula da Silva propôs a construção de um milhão de casas em dois anos, o que Crestana acha possível e que o setor está preparado para o desafio. "O México produzia 700 mil unidades por ano. Por que não conseguiríamos? Não precisa ser exatamente um milhão, isso é uma meta. Se alcançarmos 800 mil em dois anos vai ser um resultado magnífico. Na hora em que os recursos estiverem prontos, o setor consegue se organizar e juntar mão-de-obra. Essa pode ser a solução para a Bolsa Família", completa o representante do Secovi-SP.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Habitação: Governo Estuda Financiamento de Quase 100% para Baixa Renda

Por: Equipe InfoMoney
11/03/09 - 11h45



SÃO PAULO - Famílias cuja renda não ultrapasse três salários mínimos poderão financiar quase 100% do valor da casa própria, segundo o governador do Acre, Binho Marques, de acordo com a Agência Brasil.
A medida faz parte do plano habitacional que o Governo prepara para estimular os setores da Construção Civil e Imobiliário e dar crédito a famílias de baixa renda para aquisição da casa própria. A previsão é de que, ainda neste mês, o Governo anuncie as medidas.

Gestão de recursos


O governador do Acre se reuniu com o ministro das Cidades, Márcio Fortes, na última terça-feira (10), para discutir e negociar o papel dos estados ao longo da implantação das medidas. Também estiveram presentes outros sete governadores - dos estados de Roraima, Alagoas, Rondônia, Maranhão, Amapá e da Paraíba. Na reunião também foi discutida a gestão dos recursos destinados ao plano. Para o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, é preciso descentralizar os recursos, não deixando que apenas a Caixa Econômica os gerencie.
Para ele, estados e municípios devem ter participação nessa gestão, "por meio de algum órgão estadual ou municipal que possa gerir esses recursos. Haveria uma conta-convênio na Caixa, mas seria preciso que os estados e municípios pudessem ter a gestão dos recursos".

Parcelas pequenas

O governador do Ceará, Cid Gomes, afirmou que é possível que famílias cuja renda não ultrapasse três salários mínimos arquem com cerca de R$ 20 de parcela no financiamento da casa própria, de acordo com a Agência Brasil.
Além disso, segundo ele, "já se bateu o martelo" para que taxas embutidas nas prestações do financiamento, como por exemplo a taxa do seguro de vida, fiquem entre 2,5% a 6,5%. "Essas taxas atingem valores absurdos, dava mais de 30% do valor da prestação".Ele e mais oito governadores se reuniram, na última segunda-feira (9), com os ministros das Cidades, Márcio Fortes, da Fazenda, Guido Mantega, e da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Impostos Ainda na reunião de segunda, Gomes afirmou que a redução ou isenção de impostos na compra de material de construção para as casas também foi cogitada.
No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já anunciou que o pacote habitacional a ser lançado pelo governo não contará com redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para compra de materiais de construção e afirmou, também, que não pretende ampliar a diminuição do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para estimular a economia.
De acordo com o ministro, as medidas do pacote se concentrarão em facilitar a compra da casa própria. A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda disse que, por outro lado, o pacote prevê redução de outros impostos.

terça-feira, 10 de março de 2009

Programa Habitacional Pode Dispensar Licitação

Com dispensa, que daria mais rapidez ao pacote, empreendedor privado pode tocar projeto diretamente com a Caixa Econômica Federal
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO
O programa habitacional que o governo deve lançar até o final do mês prevê dispensa de licitação para construções de imóveis quando os terrenos forem privados e exige que os prefeitos e governadores que aderirem reduzam tributos, segundo informação de prefeitos que estiveram com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Em duas rodadas de apresentação do programa, ontem, prefeitos de capitais e de grandes cidades disseram que Dilma e o ministro Guido Mantega (Fazenda) condicionaram a adesão ao programa à redução em 50% do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis) e retenção de ISS (Imposto sobre Serviços) de só 0,1%.
"Os municípios terão que assinar um termo de adesão que prevê exoneração de tributos", afirmou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). Segundo ele, a redução de ITBI e ISS para a maioria dos municípios não vai representar renúncia de receita porque haverá outros ganhos diretos com as construções e posteriormente com os novos bairros. "É um dinheiro que não entraria.
"O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), disse que o governo federal prevê a dispensa de licitação para construções em terrenos privados, mesmo quando houver subsídio ao imóvel financiado."A grande inovação para desburocratizar o processo é que as empresas terão liberdade para comprar os terrenos. Caberá ao poder público o cadastro das famílias e a liberação dos projetos", disse.
Foi a forma que o governo encontrou de escapar da lei de licitações para dar mais celeridade ao processo. Segundo o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), o modelo será semelhante ao PAR (Programa de Arrendamento Residencial). "O programa praticamente exclui União, Estados e municípios da execução das obras. O empreendedor fará o projeto diretamente junto à Caixa Econômica Federal", disse Hartung, lembrando que a licitação será necessária só se os terrenos forem públicos. "Ainda falta formatação jurídica no caso dos terrenos públicos, isso ficou confuso.
"Apesar das exigências de reduzir tributos, até mesmo prefeitos da oposição saíram satisfeitos com a apresentação do programa, que prevê a construção de 1 milhão de casas em dois anos. "Se é factível, vamos ver na sequência. Os municípios estão muito ansiosos para receber recursos para atender suas demandas", disse Beto Richa (PSDB), prefeito de Curitiba. Segundo ele, a isenção de impostos não será problema para Curitiba, que já não cobra esses tributos bem como IPTU de moradias populares.
Nove governadores conheceram o projeto do governo federal ontem. Hartung disse ainda que o governo sinalizou que está dividido entre cobrar uma taxa simbólica -entre R$ 15 e R$ 20- e não cobrar nada de quem ganha até três mínimos."Há quem creia que seja importante para a pessoa ter compromisso com o imóvel, mas há a visão de que isso será custoso demais", disse Hartung, referindo-se às despesas com impressão e envio de boletos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Construção Quer Regras Claras Para Pacote Habitacional

Para o SindusCon-SP, programa que prevê prestação zero para famílias de baixa renda deve ser transparente e bem estruturado

Representantes de construtoras e também de trabalhadores temem que a grande burocracia dificulte a execução do programa

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Jornal Folha de São Paulo

O novo pacote habitacional, com a possibilidade até de prestação zero para a população de baixa renda, precisa ser bem estruturado, ter regras claras e aprovado pelo Congresso Nacional, já que quem vai arcar com o subsídio é a sociedade.
Essa é a avaliação de Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), ao comentar as afirmações da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), anteontem, em palanque no Nordeste, sobre a possibilidade de o governo oferecer casas grátis a famílias carentes.
O "bolsa habitação", segundo Rousseff, atenderia quem ganha até três salários mínimos (R$ 1.395) -nesse caso o modelo da moradia seria mais popular e o valor da prestação seria simbólico- e quem tem renda de até R$ 4.650 (nesse caso o imóvel teria melhor padrão).
O valor máximo do imóvel, segundo a ministra, seria de R$ 130 mil e o valor da prestação atingiria até 20% da renda. Quem ganha até dez salários mínimos pagaria no máximo R$ 930 de prestação e o financiamento seria de 20 anos.
"Famílias com renda de até três salários mínimos não têm capacidade econômica para adquirir uma casa. Dessa forma, o subsídio é essencial para dar essa condição às pessoas carentes. Nosso setor é a favor do subsídio habitacional, desde que ele esteja bem definido. De onde virão os recursos para dar esse subsídio, do Orçamento da União?", questiona Watanabe.
Se o governo decidir subsidiar a construção de casas para a população carente, "seria bom que o Congresso Nacional votasse esse programa, pois o dinheiro vai sair da sociedade. Para o nosso setor, essa é, sim, uma boa medida, pois vai requerer a execução de moradias e isso significa injeção de recursos na construção civil" , afirma. Em São Paulo, o setor emprega cerca de 600 mil pessoas.
Problemas no Caminho
Odair Garcia Senra, vice-presidente de imobiliário do SindusCon-SP, diz que a política habitacional do governo não deve só dar atenção à população que ganha até três salários mínimos. "O governo tem de focar quem ganha também de cinco a dez salários mínimos, segmento da população carente de financiamento."
O setor da construção civil, segundo Senra, não depende nem de importação nem de exportação e "por isso é importante que o país crie um consumo interno para que esse setor contribua com o crescimento do PIB brasileiro", afirma.
O setor teme, segundo representantes do SindusCon-SP, que o pacote habitacional que o governo estuda lançar acabe tendo dificuldades para deslanchar por conta de problemas de operacionalização."
O importante é que tudo o que for definido seja operacionalizado, aconteça de fato. Nós sabemos que a gestão da CEF está a favor do pacote, mas também sabemos que a burocracia para dar andamento ao financiamento é grande. É preciso também que a iniciativa privada abrace a questão", diz Senra.
Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo, diz que a burocracia para que o dinheiro de programas habitacionais chegue ao empresário ou ao trabalhador é tão grande que estuda realizar um ato, como a paralisação de meio ou um dia de trabalho, contra a burocracia. "O governo não consegue cumprir o que fala. De onde e como vai sair o dinheiro para a construção de 1 milhão de casas como promete o governo?", questiona.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Caixa tem o melhor bimestre da história para financiamento habitacional

Por: Gladys Ferraz Magalhães
06/03/09 - 09h13
InfoMoney

SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal, até 28 de fevereiro, já havia assinado 94.682 contratos de financiamento habitacional, movimentando R$ 4,2 bilhões. O número representa 130% de crescimento, em termos de quantidade, e 119%, quanto ao valor, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Historicamente, este é o melhor primeiro bimestre da instituição em volume de contratação do crédito imobiliário, e até o final do ano, a entidade espera aplicar no setor aproximadamente R$ 27 bilhões.
"Nós tivemos um resultado excepcional na área de habitação. Há uma dinâmica que permite que esse setor esteja funcionando. E é bom que funcione porque garante o acesso à casa própria e também porque a construção civil gera trabalho, emprego e renda", afirmou a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho.
Resultados
Nos dois primeiros meses do ano, a média diária de contratos de financiamento habitacional assinados na instituição foi de 2.393 documentos, o que corresponde a cerca de R$ 108 milhões.
No geral, até o fim de fevereiro, os empréstimos com recursos da caderneta de poupança totalizaram a R$ 2,4 bilhões, em 54.753 imóveis. Já a linha de financiamento que utiliza recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atingiu a casa dos R$ 1,7 bilhão para a aquisição ou construção de 35.959 imóveis em todo o país.
São Paulo
Ainda segundo os dados divulgados pela Caixa, somente no estado de São Paulo, entre janeiro e fevereiro deste ano, já havia sido investido R$ 1,2 bilhão no financiamento habitacional de 28.239 imóveis, 30,3% do total nacional. Em relação ao primeiro bimestre de 2008, quando foram financiados 10.455 imóveis no estado, no montante de R$ 526,7 milhões, o crescimento é de 210%.
No maior estado do país houve, até o final de fevereiro, 16.165 contratos, cujos empréstimos foram com recursos das cadernetas de poupança, destinando R$ 626,8 milhões.
No que diz respeito ao FGTS, o valor movimentado no período foi de R$ 525,4 milhões, o que possibilitou 11.460 aquisições ou construções de imóveis no estado.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Compra de imóvel será subsidiada

Pacote do governo prevê prestações mensais de R$ 15 a R$ 20 para famílias que ganham até 3 salários mínimos

Vera Rosa
Jornal O Estado de São Paulo

O governo vai subsidiar quase integralmente a compra da casa própria para mutuários de baixa renda. O programa habitacional que será lançado neste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê prestações mensais simbólicas, de R$ 15 a R$ 20, para famílias que ganham até três mínimos (R$ 1.395) por mês. Não é só: para facilitar a vida dos mais pobres e evitar o acúmulo do aluguel com as prestações, o comprador só começará a pagar quando estiver morando no imóvel.
Direcionado aos menos favorecidos, o plano tem perfil de "Bolsa-Habitação": a ideia do governo Lula é baratear a construção e estimular a compra da casa própria. Embora o programa seja destinado a famílias que recebem até dez mínimos (R$ 4.650), os subsídios de quase 100% atingirão apenas os mais carentes, que ganham até R$ 1.395 por mês. Cálculos da equipe econômica indicam que 85% do déficit habitacional, de 7 milhões de moradias, está concentrado nessa faixa, a maioria em grandes cidades.
Governadores que conversaram com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disseram ao Estado que os subsídios para o pacote serão tão volumosos quanto os recursos do governo no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O plano também permite ao mutuário comprar o imóvel sem desembolsar um tostão de entrada. Além disso, ele poderá escolher entre duas alternativas: a Tabela Price, com prestações fixas, e o Sistema de Amortização Constante (SAC), com parcelas decrescentes.
O esforço do Planalto, agora, é para que governadores e prefeitos participem do programa, abrindo mão de receitas como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O pacote usará cadastros de Estados e municípios e o crédito será concedido pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. O governo espera que bancos privados também concedam o empréstimo.
Foi Lula quem exigiu uma prestação simbólica para a camada mais carente da população. Em conversas reservadas, ele disse que não se trata de distribuir moradias de graça, mas, sim, financiar o desenvolvimento. Motivo: Lula acredita que o investimento no setor habitacional ajuda a combater os efeitos perversos da crise, tem impacto no emprego, aquece o mercado e faz a economia girar.
TRANSFERÊNCIA
A meta do Planalto é construir 1 milhão de casas populares, 500 mil neste ano e outros 500 mil em 2010. Lula, porém, foi aconselhado a não assumir o número, já que, embora o dinheiro seja do Orçamento da União, o programa será tocado nos Estados e municípios . Mesmo assim, a equipe econômica não vai transferir recursos para companhias de habitação estaduais, como reivindicaram alguns governadores. Detalhe: hoje, as empresas constroem cerca de 50 mil casas por ano.
Ao se reunir na terça-feira com os governadores José Serra (São Paulo), Aécio Neves (Minas), Sérgio Cabral (Rio) e Roberto Requião (Paraná), Dilma afirmou que o programa será sustentado pelo tripé "subsídio, Fundo Garantidor e seguro de vida". Simulações indicam que mutuários que ganham até R$ 1.395 poderão ficar até três anos pagando apenas a fração mínima das prestações - cerca de 5% -, desde que comprovem falta de condições. O valor integral das prestações suspensas irá para o fim do contrato. Durante o período de suspensão, as prestações serão cobertas pelo Fundo Garantidor.
O desemprego é um dos motivos que podem ser alegados para suspender o pagamento das prestações. Caixa e BB vão permitir que, de seis em seis meses, o mutuário faça uma declaração justificando a impossibilidade de quitar o débito no período.
Alvo de inúmeras críticas por causa do alto custo, o seguro do financiamento - que cobre morte ou invalidez de quem toma o empréstimo, além de danos ao imóvel - também ficará mais barato ou será abolido, dependendo do salário do trabalhador. Atualmente, varia conforme a idade e chega a representar até 40% da prestação.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Construção civil espera redução de impostos para atingir um milhão de casas

Por: Gladys Ferraz Magalhães
04/03/09 - 10h20
InfoMoney

SÃO PAULO - O setor de construção civil espera que o governo reduza de 7% para 1% o percentual de impostos incidentes sobre os materiais de construção. Dessa forma, segundo o presidente interino da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Adalberto Valadão, será possível cumprir a meta do governo de construir um milhão de casas populares até o ano de 2010.
Segundo publicado pela Agência Brasil, Valadão não antecipou quais impostos deveriam sofrer redução, mas admitiu que uma queda do ICMS já seria um passo significativo. No mais, o presidente interino da CBIC acredita que a desoneração seja uma forma do governo fazer com que estados e municípios contribuam com o chamado pacote habitacional.
"O ICMS é um valor mais expressivo, por isso damos mais atenção. O importante é que a desoneração está sendo discutida sobre todos os impostos (...) A desoneração é um pleito do setor privado, com o intuito de mostrar que isso pode ajudar a baixar o preço da habitação, acaba sendo um subsídio e uma forma de trazer alguma contribuição de estados e municípios", disse.
De acordo com informações do Secovi (Sindicato da Habitação), em uma casa que custa R$ 50 mil, por exemplo, cerca de R$ 15 mil são impostos, o que para a entidade é inconcebível.
Outras medidasAinda segundo Valadão, outras medidas auxiliariam os empresários do setor a cumprir a meta das casas populares prevista no pacote da habitação, como a rapidez na concessão de licenças ambientais e o subsídio do governo, para famílias com renda de até 10 salários mínimos, para a compra da casa própria.
Neste sentido, após reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o especialista esclareceu que a ideia do governo é conceder um benefício maior para quem ganha menos. Além disso, afirmou Valadão, a criação de um fundo garantidor, para pagar as prestações, caso o comprador não tenha condições de pagá-las, cobrando-as depois, também é um consenso.
"Isto é um consenso (subsídio e fundo garantidor). Isso nos foi dito pela ministra. Se o governo não ajudar, não houver subsídio, todos sabemos que essas pessoas (baixa renda) não terão condições de comprar a casa", afirmou.
Valadão não informou a data de lançamento do pacote para estimular a construção civil pelo governo federal. Contudo, segundo o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, a previsão de anúncio sai dentro de 15 dias.

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