sexta-feira, 29 de maio de 2009

Greve atrasa programa, segundo construtoras

Adriana Chiarini, RIO
Jornal O Estado de São Paulo

A Caixa Econômica Federal recebeu 405 propostas de empreendimentos para o programa "Minha Casa, Minha Vida", totalizando 73.901 unidades habitacionais e envolvendo R$ 4,7 bilhões, até a sexta-feira passada. Desses, porém, apenas 39 empreendimentos (menos de 10% do total de propostas), com 2.825 habitações, já estavam contratados até aquela data. Outros 37 empreendimentos tinham previsão de contratação para os próximos dias.
As construtoras estão animadas com o programa habitacional. Preparam-se para encaminhar à Caixa projetos com milhares de unidades residenciais, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A Câmara aposta no programa, que já passou pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, mas não está satisfeita com a diferença entre o número de projetos apresentados e os já contratados pelo governo.
"Há uma greve das áreas de engenharia, arquitetura e direito da Caixa desde o início do programa, em abril, que já começa a incomodar", disse à Agência Estado o presidente da CBIC, Paulo Safady. "Isso está prejudicando também obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento)", afirmou.
A Caixa confirma que há um movimento trabalhista de funcionários de nível superior, mas segundo sua assessoria de imprensa, "nada está parado". A instituição lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu prazo para o "Minha Casa, Minha Vida" cumprir a meta de um milhão de unidades residenciais. Apesar disso, a Caixa trabalha "com a hipótese de cumprir 25% da meta" este ano.
O desejo da CBIC é que se possa adiantar o número de contratos envolvendo o governo este ano para compensar possíveis dificuldades em 2010. "No ano que vem tem eleição. Depois de julho e agosto, a conversa é outra. Para tudo. Fica uma enorme burocracia", afirmou Safady.
A Caixa vê sinais positivos tanto de procura quanto de oferta para o programa. O simulador da instituição, ferramenta pela qual o interessado pode verificar prestações dos financiamentos, apurou recordes quase diariamente com o interesse do potenciais mutuários pelo "Minha Casa, Minha Vida", segundo e-mail da assessoria de imprensa.
O texto também diz que as empresas registraram "relevante aumento" das visitas em seus estandes e que as construtoras "responderam positivamente, mantendo o ritmo de lançamentos e, principalmente, ajustando a oferta de produtos de acordo com a principal demanda, ou seja, para famílias de baixa renda".
Os projetos para as faixas de menor renda são mais numerosos até agora. Das 73.901 unidades habitacionais que constam dos projetos do "Minha Casa, Minha Vida", uma parte de 28.918 unidades são referentes à faixa de renda de zero a três salários mínimos, contemplada com mais subsídios no programa.
Outra parte, de 23.696 unidades, é para a faixa acima de três a seis salários mínimos. Há ainda projetos de 21.287 unidades para famílias com renda de seis a dez salários mínimos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Índice que reajusta aluguel acumula variação de -1,14% em 2009

Por: Gladys Ferraz Magalhães
28/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou, nesta quinta-feira (28), a variação do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) referente ao mês de maio (medido entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês atual). O índice, que é o principal balizador para o reajuste de aluguéis, acumula, nos cinco primeiros meses do ano, variação de -1,14%.
No mês, entretanto, a variação de -0,07%, apesar de ainda negativa, é maior que a apurada em abril, quando o índice variou -0,15%. A maior contribuição para o resultado no período veio do IPA (Índice de Preços por Atacado), que passou de -0,44% para -0,30%.
O INCC (Índice Nacional da Construção Civil), por sua vez, apresentou inflação, passando de -0,01% para 0,25% no período analisado. A categoria de materiais, equipamentos e serviços chegou a -0,71% na medição atual, enquanto o índice que capta o custo da mão-de-obra registrou variação de 1,39%.
Altos e baixos
No que diz respeito ao IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que também integra o IGP-M, este apresentou deflação no período estudado, ficando em 0,42%, contra 0,58% um mês antes.
As principais contribuições puxando o índice para baixo foram de Alimentação (1,13% para -0,19%) e Transportes (-0,16% para -0,21%).
Vale destacar, ainda, as quedas em itens como mamão papaya (17,27% para -12,09%), manga (11,65% para -14,74%), gasolina (-0,33% para -0,81%), alface (6,37 para -6,62%) e melancia (0,49% para -15,33%).
Por outro lado, a aceleração na taxa dos grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,17% para 0,03%), Vestuário (0,44% para 0,67%), Habitação (0,33% para 0,63%), Saúde e Cuidado Pessoais (0,82% para 0,90%) e Despesas Diversas (1,69% para 3,97%) contribuíram para conter a queda apurada no mês.
IGP-MO cálculo do IGP-M é composto pelo IPA, IPC e INCC. Os indicadores medem itens como bens de consumo (alimentos) e bens de produção (matérias-primas, materiais de construção), além dos preços de aluguéis, condomínios, transportes, dentre outros.
O IGP-M mede os níveis de inflação para toda a população, envolvendo todos os níveis de renda. Esse índice é utilizado para reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos de saúde (no caso dos contratos mais antigos).

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Imóvel sustentável ocupa novos espaços no mercado

Fabíola Binas
Jornal DCI

SÃO PAULO - Ainda que a aplicação de normas sustentáveis eleve o custo dos empreendimentos de habitação em até 15%, algumas construtoras encontram espaço para implementar essas técnicas, mesmo em projetos de padrão médio e econômico, hoje alvo das empresas por conta dos incentivos do pacote habitacional anunciado pelo Governo Federal para reaquecer o setor.
O presidente e fundador da Ecoesfera Empreendimentos Sustentáveis, Luiz Fernando Lucho do Valle, conversou com o DCI e contou como está se preparando para aproveitar os incentivos do programa federal. "Vamos trabalhar com lançamentos das marcas EcoOne e EcoWay, que estão na faixa de R$ 80 mil a R$ 200 mil, porque estão dentro do mercado mais promissor para os próximos meses [o econômico].
"O executivo explicou que, nos últimos dois anos, o principal mercado da Ecoesfera foram os apartamentos da marca Ecolife, com valores que variam entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, mas que agora, com a mudança do cenário, a companhia optou por se reorganizar estrategicamente.
"Tomamos um caminho mais conservador por observar que podem haver altos e baixos nos próximos meses. Estamos com uma estrutura enxuta, para trabalhar a médio e longo prazo nos mercados onde há mais facilidade de atuar", analisou. Ele inclui que a companhia optou por concentrar novos lançamentos das marcas mais acessíveis em mercados como o interior paulista e a capital do Rio de Janeiro, deixando então a expansão geográfica da marca a outros estados do sul e do centro-oeste para outro momento.
Outra estratégia da Ecoesfera é se cadastrar junto à Caixa Econômica Federal para disponibilizar mais financiamentos aos clientes. "Já no segundo semestre lançaremos o primeiro empreendimentos com a Caixa", disse Valle.
A inclusão nos projetos de itens sustentáveis, como a coleta seletiva de lixo, o reúso de água e os sensores de presença, por exemplo, pode fazer uma construção ficar até 15% mais cara do que a convencional, mas o presidente da Ecoesfera garante que descobriu a fórmula para otimizar o custo dos empreendimentos.
O executivo explicou que a incorporadora padronizou todos os projetos, eliminado alguns processos, com o ganho da produção em escala e o volume, o que possibilita até a obtenção de descontos junto a fornecedores. "Geramos volume e vendemos rapidamente as unidades a preço competitivo. O valor do meu produto é 3% a 5% menor do que a média do mesmo padrão", disse.
A Ecoesfera calcula que a implantação de itens ecoeficientes pode ocasionar uma economia de até 30% no condomínio - em comparação ao de prédios convencionais. E, além de contribuir com a preservação do meio ambiente, os "prédios verdes" tendem a ser mais valorizados, como acontece na Europa, onde esses imóveis valorizam em torno de 20% no ato da revenda.
O Grupo Ecoesfera diz ser o único do País a produzir só condomínios de apartamentos sustentáveis - outras incorporadoras mesclam os convencionais e os verdes. Desde a sua fundação, a empresa lançou 4 mil unidades, 80% delas comercializadas nas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro.
Baixa renda
A Odebrecht Realizações Imobiliárias, nova marca do Grupo Odebrecht para o segmento de habitação, investe na expansão do projeto "Bairro Novo", de habitações populares, e contempla um programa de sustentabilidade. A expectativa da marca é passar dos atuais 30% do faturamento da Realizações, para 50% até 2010. Em 2009, serão lançadas 30 mil unidades voltadas ao segmento de baixa renda.
O projeto do Bairro Novo, que já ergueu mais de quatro mil atendimentos em seu programa de sustentabilidade - em cidades como Cotia (SP), Camaçari (BA) e Fortaleza (CE), - observa itens como o cumprimento à legislação ambiental, o uso de tecnologias limpas, racionamento da energia elétrica, matérias-primas e recursos, além de ações de prevenção ao processo de degradação ambiental, garante a empresa. São condomínios com até cinco mil moradias, construídos com com tecnologia de custo acessível e baixo impacto ambiental. A Odebrecht Realizações Imobiliárias deve faturar R$ 600 milhões em 2009, contra os R$ 350 milhões, do ano passado.
Comercial
A construtora WTorre também aposta nas construções sustentáveis. Hoje, a empresa tem 6 empreendimentos em processo de certificação ambiental, entre 5 torres comerciais e um hotel, pelo órgão internacional, LEED New Construction Silver. No Brasil, existem apenas quatro construções certificados. Outras 120 estão em processo de obtenção. A construção impacta o meio ambiente e é responsável por 40% das emissões de CO2 no mundo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Senado paga ilegalmente ajuda com habitação

Ato que previa auxílio-moradia foi anulado em 2002 pela Mesa; gastos somam R$ 11 miRecebem o benefício 42 congressistas que optaram por não usar apartamento funcional; atual direção diz que anulação é "erro crasso"
ADRIANO CEOLIN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Jornal Folha de São Paulo

O Senado paga ilegalmente, há seis anos, auxílio-moradia para os senadores que não moram em apartamento funcional. Os gastos irregulares já somam cerca de R$ 11 milhões.
Segundo a Folha apurou, a Mesa Diretora da Casa, formada por sete senadores, anulou em 2002 o ato que previa o pagamento mensal para os congressistas custearem as despesas com habitação em Brasília.
Ou seja, desde então, a direção do Senado ignora uma decisão que ela própria tomou. O pagamento foi mantido sem nenhum tipo de respaldo legal.
Por mês, senadores que optaram por não usar apartamento funcional ganham R$ 3.800 de auxílio-moradia. Segundo a direção do Senado, 42 senadores têm o benefício. Os demais ou vivem em apartamentos da Casa ou abriram mão da verba.
A Folha teve acesso ao ato 30 de 2002 que cancelou o pagamento do benefício. O texto regulamenta destinação, ocupação e uso dos espaços físicos da Casa. No seu artigo 13, sem qualquer explicação, o texto revoga o ato 24 de 1992, justo o que trata do auxílio-moradia.
Mesmo sem respaldo legal, os primeiros-secretários de 2003 para cá, Romeu Tuma (PTB-SP), no cargo de 2003 a 2005, e Efraim Morais (DEM-PB), de 2005 a 2009, autorizaram o pagamento do benefício. O atual titular, Heráclito Fortes (DEM-PI), não liberou nenhum porque não houve pedido desde que assumiu o posto.
Em 2002, quando da revogação, o presidente do Senado era Ramez Tebet (PMDB-MS), morto em novembro de 2006, e o diretor-geral, Agaciel Maia. A diretoria é responsável por elaborar os atos administrativos, mas são os senadores da Mesa Diretora que os aprovam.
A atual direção do Senado foi alertada do problema há três semanas pelo terceiro-secretário, Mão Santa (PMDB-PI).
Desde fevereiro, por decisão do presidente, José Sarney (PMDB-AP), o terceiro-secretário é o responsável pelos apartamentos. Até então, isso cabia ao primeiro-secretário.
Descoberta a irregularidade, Sarney determinou que, em silêncio, fosse encontrada uma solução para validar os pagamentos feitos desde 2002 -antes que o Ministério Público peça a devolução do dinheiro.
A atual direção da Casa considera o veto um "erro crasso" e avalia que quem redigiu o ato de 2002 anulou o benefício sem perceber do que se tratava.
O auxílio-moradia é previsto na lei 8.112/90, que estabelece o regime jurídico de servidores.O Senado poderia até se apoiar nessa lei para justificar os pagamentos feitos sem o ato.
O problema é que essa mesma lei determina que o pagamento seja feito mediante "ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelos servidores com aluguel ou com meio de hospedagem". Os senadores, porém, nunca tiveram de comprovar os gastos.
A lei também veda que donos de imóvel na cidade onde vivem ganhem o benefício e proíbe o pagamento se o cônjuge tiver auxílio-moradia, duas situações que ocorrem na Casa.
Gerson Camata (PMDB-ES) e Valdir Raupp (PMDB-RO), por exemplo, ganham os R$ 3.800 do Senado ao mesmo tempo que suas mulheres, deputadas, recebem R$ 3.000 da Câmara. Mesmo afastado da Casa, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) recebia o benefício até o mês passado. A mulher dele, deputada, ainda recebe. Os três senadores têm casa própria em Brasília.

Colaborou MARIA CLARA CABRAL , da Sucursal de Brasília

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Feirão da Caixa SP: mais de R$ 1,59 bilhão foram movimentados

Por: Equipe InfoMoney
25/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - Mais de R$ 1,59 bilhão foram movimentados na quinta edição do Feirão da Caixa Econômica Federal em São Paulo. Entre os dias 21 e 24 deste mês, mais de 121 mil pessoas foram conferir os 110 mil imóveis oferecidos no evento.

No total, foram oferecidos 42.566 imóveis novos e outros 67,4 mil usados. De acordo com a Caixa, na edição do ano passado foram movimentados cerca de R$ 1,4 bilhão. Para o superintendente regional do banco, Válter Nunes, o aumento do volume de negócios efetuados é devido ao programa habitacional lançado pelo Governo.

O site que o banco lançou por conta do evento registrou 1,2 milhão de acessos. "Com a forte divulgação na mídia, as famílias que têm renda inferior a três salários mínimos optaram por se inscrever pela internet, junto às prefeituras que já aderiram ao programa Minha Casa, Minha Vida", afirma Nunes. "Quem veio ao Feirão efetivamente tinha interesse e renda para financiar".

Segundo Nunes, com os bons resultados, a expectativa é a de que, daqui para frente, o número de negócios aumente ainda mais. "O ritmo de vendas e de contratação de empréstimos foi forte e projeta a concretização de mais negócios para as próximas semanas".

Anote na agenda
Na primeira etapa do quinto Feirão, a Caixa realizou o evento entre 14 e 17 de maio em Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Uberlândia. Apenas na capital carioca, 8.579 negócios geraram receita de R$ 822,2 milhões. Destes, 1.281 contratos foram fechados no próprio evento, ao passo que 7.298 foram encaminhados.

Em 2008, o Feirão movimentou R$ 4 bilhões com 39 mil contratos, sendo 23 mil fechados no evento. O objetivo, segundo a Caixa é superar esse volume de contratações.

Na tabela abaixo, é possível observar o quanto o feirão movimentou em cada cidade onde o evento foi realizado:
Cidade Negócios Recursos (milhões) Visitantes
Belo Horizonte 5.398 R$ 408,2 55.239
Curitiba 2.420 R$ 184,0 34.106
Rio de Janeiro 8.579 R$ 822,2 112.758
Salvador 2.250 R$ 236,9 37.000
Uberlândia 1.755 R$ 175,9 23.100
Fonte: CEF

O Feirão também terminou no último domingo em Brasília, e ainda passará pelas cidades de Recife e Porto Alegre, entre os dias 5 e 7 de junho e, também, por Fortaleza, entre os dias 19 e 21 do próximo mês.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vendas de imóveis em São Paulo caem 43% no 1º trimestre


Dados da Secovi-SP apontam, porém, que aumento de estoque no fim de 2008 'começa a ser compensado'

Chiara Quintão, da Agência Estado
Jornal O Estado de São Paulo

SÃO PAULO - As vendas de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo caíram 43% no primeiro trimestre, para 4.831 unidades, em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 8.478 unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 20, pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

No primeiro trimestre, as vendas de imóveis de três dormitórios corresponderam a 42% do total de unidades, os de dois dormitórios, a 36%, os de quatro dormitórios, a 21%, e de um dormitório, a 1%.

O Secovi-SP citou dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) que apontam lançamentos de 3.154 unidades na capital paulista no primeiro trimestre, 55% a menos que as 7.025 unidades do intervalo equivalente de 2008. O total vendido no trimestre superou o volume de lançamentos no período. O aumento de estoque registrado no fim de 2008 "começa a ser compensado com as vendas deste ano", conforme o Secovi-SP.

No mês de março, foram lançadas 1.561 unidades no município de São Paulo, acima das 1.211 de fevereiro e das 382 de janeiro. As vendas chegaram a 2.162 imóveis novos, ante 1.556 em fevereiro e 1.113 em janeiro, o que indica, segundo o Secovi-SP, que os efeitos da crise financeira internacional sobre o setor imobiliário "são cada vez mais tênues".

Conforme o Secovi-SP, sondagem realizada, no início de maio, com "parcela significativa de empresas do setor" estimou aumento de 20% a 25% do número de unidades negociadas no mês de abril em relação a março.

O Secovi-SP reiterou que, este ano, os lançamentos vão somar 28 mil unidades, mas revisou o volume de vendas projetado para mais de 29 mil unidades. O indicador vendas sobre oferta (VSO) esperado para o fim de 2009 passou a ser, portanto, de 12%, ante a projeção passada de 11%. A VSO foi de 13,8% em 2008 e de 16,2% em 2007. No primeiro trimestre, a média do indicador foi de 8%.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Habitação: municípios têm papel importante no programa do Governo

Por: Equipe InfoMoney
19/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - Desde que o programa habitacional do Governo foi lançado, a procura dos municípios pela adesão tem aumentado. A percepção é da secretária nacional de Habitação, Inês da Silva Magalhães.
Segundo ela, o papel dos municípios no programa é fundamental. "São eles que devem indicar à Caixa Econômica Federal ou ao empresariado as áreas adequadas para serem adquiridas, que possuem infraestrutura com qualidade de vida para a população", afirmou nesta segunda-feira (18). "Não queremos apenas construir casas, queremos garantir essas condições".
Subsídio de R$ 17 mil
O vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Hereda, também esteve em Curitiba e afirmou que o programa permite a qualquer pessoa com renda de até três salários mínimos adquirir um financiamento, com recurso do FGTS, de R$ 17 mil.
"Se alguém for comprar um imóvel novo, por exemplo, de R$ 55 mil, já entra com subsídio de R$ 17 mil e não paga o seguro que, dependendo da idade, era um comprometimento muito grande", afirmou Hereda. Segundo ele, além disso, há ainda as vantagens do fundo garantidor, "que assegura que se o comprador perder o emprego, não perde o imóvel".
51 mil projetos
De acordo com Hereda, técnicos do banco analisam 51 mil unidades de projetos apresentados pelas construtoras. "Outras 1,8 mil unidades já foram aprovadas e a expectativa é que este número cresça muito, inclusive devido aos feirões.
Os eventos já começaram neste mês e serão realizados em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Uberlândia. Confira as datas:
Cidades
Data do Feirão
Rio de Janeiro
14 a 17 de maio
Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Uberlândia
15 a 17 de maio
São Paulo
21 a 24 de maio
Brasília
22 a 24 de maio
Porto Alegre e Recife
05 a 07 de junho
Fortaleza
19 a 21 de junho
Fonte: CEF

Além dos dez Feirões, também ocorrerão outras 62 feiras menores em 59 cidades, entre os dias 15 de maio e 28 de junho. Em todos é possível conhecer o imóvel, dar entrada nos papéis e fechar o negócio.
No primeiro quadrimestre de 2009, o banco liberou R$ 10 bilhões em crédito habitacional, 104% a mais que o mesmo período de 2008. O montante foi suficiente para beneficiar 207 mil famílias em todo o país com a casa própria, o que representa um salto de 114% frente ao ano passado.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mutuários do SFH terão audiência de conciliação até a próxima sexta-feira

Por: Gladys Ferraz Magalhães
18/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - A partir desta segunda-feira (18) até a próxima sexta (22), o JEF/SP (Juizado Especial Federal de São Paulo) e suas Turmas Recursais promovem uma rodada de audiências de conciliação para processos envolvendo contratos do SFH (Sistema Financeiro de Habitação).Durante cinco dias, juízes federais se reunirão com mutuários e representantes da CEF (Caixa Econômica Federal) para terminar definitivamente com os litígios, por meio da realização de acordos.Vale lembrar que todas as partes foram intimadas previamente. Essa é uma oportunidade para mutuários renegociarem a dívida com o financiamento da casa própria.ProcessosEstão na pauta cerca de 201 contratos habitacionais firmados com a Caixa Econômica Federal, sendo 138 do JEF/SP e 63 processos das Turmas Recursais.As audiências serão realizadas no Fórum Pedro Lessa (Avenida Paulista, 1.682, 12º andar), entre 10h e 16h30

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Projetos com conforto térmico podem valorizar imóvel na hora da venda

Por: Gladys Ferraz Magalhães
15/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - De acordo com a arquiteta Ana Padilha, construir um imóvel pensando no conforto térmico pode valorizá-lo na hora da venda. Para isso, basta uma boa avaliação sobre a temperatura local e os materiais adequados.
"No que se refere à questão térmica, o ideal é que a casa seja planejada na concepção, mas um projeto arquitetônico pode assegurar um grande conforto aos moradores", afirma a profissional.
No que diz respeito a valores, ela garante que não é nada exorbitante. "Tudo depende do perfil do cliente, das condições do imóvel, do local, são muitas variáveis. Mas, não é nada exorbitante".
Materiais
Segundo as dicas da arquiteta, se a ideia é aquecer o ambiente, investir em madeira, revestir as paredes com tecido e abusar de carpetes e tapetes são alternativas eficientes e que não pesam tanto no bolso.
Agora, para quem está disposto a gastar um pouco mais, as lareiras a gás se prestam com perfeição aos grandes ambientes, sendo possível encomendar uma lareira estreita e com maior extensão de linha de fogo.Já para quem mora em locais quentes e pretende amenizar o calor, a arquiteta indica o uso de lajes de sombreamento, pisos frios e pedras.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Programa habitacional terá 480 moradias na zona leste de SP

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

O Conselho Municipal de Habitação aprovou ontem a doação de um terreno de 25 mil metros quadrados da Prefeitura de São Paulo para a construção do primeiro empreendimento do programa federal Minha Casa, Minha Vida na capital paulista.
Serão 480 unidades de dois dormitórios em São Mateus, bairro da zona leste, com cerca de 45 m2 de área útil cada um. O terreno, avaliado em R$ 4,6 milhões, havia sido doado anteriormente ao PAR (Programa de Arrendamento Residencial), mas o empreendimento não conseguiu ser viabilizado para esse programa.
Ainda nesta semana, a construtora que será responsável pela obra, pois já havia sido escolhida pela Cohab-SP, deve apresentar o projeto à Caixa Econômica Federal, que deve fazer a análise em até 30 dias. A previsão de entrega do conjunto habitacional é de 18 meses.
De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, a prefeitura tem até agora oito terrenos para doar ao Minha Casa, Minha Vida, sendo outros quatro na zona leste, um no centro e mais dois no centro expandido da cidade.
O cadastro da Cohab do município já tem cerca de 700 mil inscritos. Para todo o Estado, a previsão é construir 73.598 moradias para famílias com renda mensal de até três salários mínimos (R$ 1.395). No país, 400 mil. As famílias devem pagar 10% da renda por dez anos, com prestação mínima de R$ 50.
Pelas regras do programa, na região metropolitana de São Paulo, os apartamentos de 42 m2 devem custar até R$ 52 mil, e as casas de 35 m2, sair por, no máximo, R$ 48 mil, valores que, segundo o SindusCon-SP (sindicato das construtoras), não seria atraente para as empresas sem a doação de terrenos.
Estados e prefeituras podem participar do programa também com aportes financeiros e desoneração de tributos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pacote habitacional dá fôlego a construtoras

Valéria Serpa Leite
Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5
A construtora Tenda, que atua no segmento popular, encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma queda de 37,1% em seu lucro líquido, que chegou a R$ 11,04 milhões. Controlada pela Gafisa desde setembro do ano passado, a empresa está tentando se livrar de despesas administrativas muito pesadas, afirma o diretor de relações com investidores Paulo Mazzali. Com foco no segmento popular, a Tenda criou novo ânimo desde o lançamento, no mês passado, do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. "Crescemos muito ao longo de 2008 e agora temos dois caminhos a serem seguidos: aumentar a linha de receita e elevar a eficiência na estrutura de vendas", diz.
As despesas comerciais subiram 25,1%, de R$ 18,8 milhões no primeiro trimestre de 2008 para R$ 23,5 milhões no mesmo período deste ano. As despesas comerciais representaram 9,3% do volume de vendas contratadas do período contra 7,7% de janeiro a março de 2008. "Deixamos a casa relativamente arrumada no começo do ano, mas vamos buscar mais eficiência", diz Mazzali.
A Tenda, contando com a continuidade na instabilidade econômica no primeiro trimestre, decidiu priorizar a venda de unidades em estoque. Começou o ano com um estoque de R$ 1,1 bilhão e de janeiro a março comercializou R$ 252 milhões. "Lançamento não é o foco agora; deve voltar a ser feito no segundo semestre."

terça-feira, 12 de maio de 2009

''Minha Casa'' ainda gera dúvidas entre as construtoras

Em reunião em São Paulo, empresários questionam a direção da Caixa sobre expectativa com o programa

Paula Pacheco
Jornal O Estado de São Paulo

O programa "Minha Casa, Minha Vida", lançado pelo governo federal no fim de março, ainda provoca dúvidas entre as construtoras que esperam encontrar na baixa renda uma oportunidade de aumentar suas receitas.
Ontem ocorreu em São Paulo um encontro entre o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, o superintendente do banco em São Paulo, Válter Nunes, e representantes de empresas de construção civil. A reunião foi organizada pela Votorantim Cimentos. Mais de 30 construtoras participaram,, entre elas, Gafisa, Afinco, Norcon, Tecnum e BKO.
Segundo Válter Nunes, os representantes das construtoras querem, principalmente, ter uma ideia de qual é a expectativa do banco em relação à oferta de imóveis e à procura. "O programa já anima o setor. Um dos construtores que participaram do encontro contou que no plantão de vendas do fim de semana do Dia das Mães, que costuma ser o mais fraco do ano, houve 800 visitas e 255 contratos fechados em um dos seus empreendimentos.
"Nunes está animado com o programa federal e aposta que a Caixa vai bater o recorde de orçamento para habitação em 2009. No primeiro quadrimestre, a instituição já destinou R$ 10 bilhões para moradia em todo o País, e a dotação para este ano é de R$ 27 bilhões. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza, lembra o superintendente paulista, em 2003 a dotação foi de R$ 5 bilhões, metade do que foi desembolsado nos primeiros quatro meses deste ano.
Se a demanda for maior que a oferta, a direção da Caixa tem a opção de recorrer ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou fazer captações de poupança pela própria tesouraria.
Apesar de alguns empresários da construção reclamarem do alto preço dos terrenos nas capitais, o superintendente da Caixa acredita que não haverá falta de áreas para a execução dos projetos do Minha Casa. "O programa vai deslanchar. As construtoras estão preparando e adequando seus projetos para apresentar à Caixa", garante.
Até agora, segundo Nunes, foram apresentadas à Caixa 50 mil unidades habitacionais que se enquadram no Minha Casa. São 12 mil para a faixa de renda de até três salários mínimos, 21 mil para a faixa de 3 a 6 salários e 18 mil para a faixa até 10 salários. Os projetos ainda estão sob avaliação dos executivos da instituição.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pacote deve estimular feirão de imóveis

Temporada de feirões da Caixa Econômica para compra da casa própria começa na quinta-feira e vai até 21 de junho
Feira ocorre em dez cidades e, em São Paulo, será entre os dias 21 e 24; nos cinco eventos iniciais, serão ofertados 109 mil imóveis
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO
O programa "Minha Casa, Minha Vida", a partir do qual o governo federal pretende viabilizar a construção de 1 milhão de moradias, deve atrair mais interessados neste ano aos feirões da Caixa Econômica Federal, que acontecem a partir de quinta-feira e vão até 21 de junho em dez cidades. Nos cinco primeiros estarão disponíveis 109 mil imóveis, incluindo usados, novos e em construção.
Em 2008, o evento movimentou R$ 4 bilhões, considerando os 39 mil contratos fechados e encaminhados durante os eventos.
Segundo Bernadete Coury, superintendente nacional de Habitação do banco, a expectativa é superar esses números, mas ela não informou meta de crescimento. A previsão de empréstimos de R$ 27 bilhões para todo o ano foi mantida, mesmo com o financiamento recorde de R$ 10 bilhões até abril, dobrando o valor referente ao mesmo período de 2008. Em unidades (96,6 mil), a alta foi de 114%. Se for necessário, acrescentou, o banco vai buscar alocação de mais recursos.
No Rio, será possível escolher entre mais de 66 mil imóveis. Em São Paulo, serão oferecidos 93,5 mil na Grande São Paulo. De acordo com a superintendente nacional, o público é diversificado e há opções com valor superior a R$ 500 mil.
Vale lembrar que, em março, o Conselho Monetário Nacional aumentou o valor máximo, de R$ 350 mil para R$ 500 mil, dos imóveis que podem ser financiados com recursos da conta individual de cada trabalhador no FGTS.
Os imóveis dos feirões têm financiamento de até 100% pela Caixa, com pagamento em, no máximo, 30 anos com recursos da poupança ou do FGTS. Nesse último caso, a moradia deve estar avaliada em até R$ 130 mil nas regiões metropolitanas e a renda do trabalhador não pode ultrapassar R$ 4.900.
Para se enquadrar no "Minha Casa, Minha Vida", o teto é de R$ 4.650. Entre as facilidades do programa iniciado em 13 de abril, o mutuário pode ficar até 36 meses sem pagar a prestação se ficar desempregado e não há cobrança de seguro, além de redução nos custos cartoriais.
A construção civil foi um dos setores escolhidos pelo governo federal para reaquecer a economia em meio à crise mundial. Com o "Minha Casa, Minha Vida", a meta é construir um milhão de unidades para famílias com renda mensal de até dez salários mínimos, dos quais 600 mil por meio de financiamento com a Caixa, com recursos do FGTS, para quem recebe acima de três salários mínimos.
Os últimos dados da Abecip, associação que reúne as entidades que operam com recursos da poupança, apontam crescimento de 8,1% em valores financiados (R$ 5,9 bilhões) e de 1,8% em unidades (55.797) no primeiro trimestre ante igual período do ano passado.
O coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV, William Eid Júnior, alerta os consumidores que se empolgarem com o sonho da casa própria a "não saírem correndo atrás da primeira oferta que aparecer". "A grande recomendação é fazer conta", ressalta.
Além de avaliar se a prestação vai caber no orçamento pelo prazo do financiamento, principalmente para quem está comprando imóveis em construção e vai continuar a pagar aluguel, o professor sugere "olhar tudo", o que inclui meios de transporte, comércio local, escolas, condições de segurança, opções de lazer e até conversar com os vizinhos para se certificar de que está fazendo realmente um bom negócio.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Compra de imóvel à vista é maioria; financiamento com CEF atinge 40,57%

Por: Equipe InfoMoney
08/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - Em março, a maior parte dos moradores da cidade de São Paulo comprou um imóvel usado à vista.
Segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (07) pelo Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), o pagamento à vista correspondeu a 51,89% das vendas de imóveis no terceiro mês do ano, ante uma participação de 47,17% dos financiamentos com bancos.
Somente a CEF (Caixa Econômica Federal) atingiu, no mesmo mês, 40,57% das vendas, sendo a principal instituição de financiamento. Os demais bancos ficaram com participação de 6,6%.
Aquisição da casa própria
Além da aquisição à vista e do financiamento bancário, os paulistanos também negociaram diretamente com os proprietários, tendo esse tipo de negociação correspondido a 0,94% das vendas de fevereiro.
Os dados do Creci-SP também revelam que as vendas por meio de consórcios tiveram representatividade nula em março.
Mais vendidosAinda de acordo com os dados, coletados em 461 imobiliárias pelo Creci-SP, no terceiro mês do ano, os imóveis mais vendidos foram aqueles com valor até R$ 140 mil, que responderam por 54,72%.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pacote pode incluir outros bancos

Relator da MP do Minha Casa quer mais bancos no repasse de recursos

Paula Pacheco
Jornal O Estado de São Paulo

Apesar de festejado, o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" ainda depende da aprovação do Congresso. O governo apresentou a proposta por meio de Medida Provisória - a 459/2009 - e o deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN), relator do projeto, pretende entregar o relatório à Câmara na próxima semana para que seja votado ainda em maio.
Até lá, Alves tem pela frente uma missão difícil: negociar com os ministros Dilma Rousseff e Guido Mantega a inclusão de emendas à MP. Uma proposta já foi aprovada. O projeto excluirá municípios com menos de 50 mil habitantes.
A proposta que deve encontrar mais resistência do governo é a que prevê que outros agentes financeiros além da Caixa Econômica Federal participem da gestão dos recursos do programa. O relator alega que a Caixa, sozinha, não tem como atender a mais de 4,5 mil municípios que serão incluídos no "Minha Casa". "Vou negociar até o último minuto. Não adianta oferecer casa e depois não poder atender a população", diz.
A MP já tem 307 emendas, como a que inclui o financiamento para a aquisição de lotes. Mas a lista de propostas vai além. O destaque entre as emendas sem sentido da MP é do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que fez três sugestões sobre desoneração das armas de fogo.
Mabel lembra que "a alta carga tributária trava o crescimento das empresas, gerando pouca renda e empregos no país". Em outra emenda, ainda relativa à redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de armas de fogo, o deputado mostra preocupação com os gastos públicos: "Na questão específica da incidência de IPI sobre a indústria fabricante de armas leves, cuja alíquota é de 45%, resulta em onerosidade aos órgãos públicos..."
Em outra emenda, Mabel pede que o imposto de exportação seja reduzido a zero no caso de armas de fogo e, munições. Procurado, o político não respondeu aos telefonemas.A emenda do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) ao "Minha Casa" também foi exótica. Pede que os sacos de cimento comercializados no País pesem, no máximo, 30 quilos. Assim, espera, haverá menos prejuízo à saúde do trabalhador da construção civil.
João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), critica a falta de objetividade dos parlamentares. "É uma prática no País o contrabando de emendas, mas sou totalmente contrário, porque atrapalha os trabalhos de quem tem de analisar as emendas que realmente interessam", avalia Crestana.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Segmento de 0 a 3 mínimos será o grande desafio do Minha Casa, Minha Vida

Por: Gladys Ferraz Magalhães
06/05/09
InfoMoney

SÃO PAULO - "O segmento de zero a três salários mínimos será o grande desafio para as empresas participantes do programa Minha Casa, Minha Vida". A afirmação é do presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Sérgio Watanabe, que participou, na última segunda-feira (4), de um workshop sobre o programa habitacional.
De acordo com Watanabe, as construtoras poderão enfrentar dificuldades para atender esta faixa de renda, caso não possam contar com a ajuda dos Estados e municípios, que devem participar do programa com doações de terrenos e aporte financeiro.
"Estes entes são fundamentais para a organização da demanda, a identificação e formação de infraestrutura e a redução de custos via isenções tributárias", explicou o superintendente regional da CEF (Caixa Econômica Federal), Valter Nunes.
Fundo Garantidor
A Caixa também reconheceu a dificuldade de atender o público de baixa renda, conforme disse o vice-presidente de governo da instituição, Jorge Hereda: "sei que vamos encontrar uma série de falhas no processo. Mas faremos os ajustes necessários. A Caixa vai ter que aprender a trabalhar de uma forma mais efetiva nessa faixa de renda.
"Já a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, apontou o Fundo Garantidor como o instrumento mais estrutural do programa. Para ela, ele deverá contribuir para o desenvolvimento do mercado no segmento de baixa renda.
Programa
Segundo a Caixa, a entidade já está pronta para aprovar os projetos do pacote, visto que os procedimentos de avaliação foram muito simplificados, diminuindo o tempo de aprovação, de quatro meses para 30 dias. Até o último dia 23 de abril, a entidade já havia recebido cerca de 221 projetos. Lançado no mês de março, o programa habitacional, batizado de Minha Casa, Minha Vida, pretende investir cerca de R$ 34 bilhões na construção de 1 milhão de moradias destinadas à população com rendimentos de até 10 salários mínimos, o que, na opinião da secretária do Ministério das Cidades, é o primeiro passo para iniciar o Plano Nacional de Habitação.
Além disso, estima-se que o programa gere 3,5 milhões de empregos formais neste e nos próximos dois anos, sendo 800 mil em 2009; 1,6 milhão em 2010 e 1,1 milhão em 2011.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Setor imobiliário e construção civil reagem em março

Jornal Estado de São Paulo
Números que mostraram reação do mercado imobiliário e da construção civil nos Estados Unidos animaram as bolsas de valores americanas ontem. Os gastos totais com construção subiram 0,3% em março, segundo o Departamento do Comércio, superando a previsão dos economistas de queda de 1,3%. É o primeiro aumento desde setembro. Em comparação a março do ano passado, os gastos caíram 11%.
Já o indicador de vendas pendentes de imóveis residenciais subiu 3,2% em março, para 84,6, informou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis. Analistas esperavam que as vendas subissem 1,0%. O índice é baseado em contratos assinados para moradias existentes. Com isso, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 2,61% e o S&P 500 avançou 3,39%. Os pedidos de concordata comerciais, no entanto, aumentaram cerca de 2% em abril, de acordo com a Automated Access to Court Electronic Records.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

PAC da habitação turbinará negócios de apólice popular

Belo Horizonte, 4 de Maio de 2009 - Há vinte anos, quando um trabalhador despencava da construção de um edifício, o máximo que ocorria era a enorme confusão no trânsito. Os operários não dispunham de proteção de qualquer espécie e, invariavelmente, suas famílias ficavam desamparadas. Naquela época, porém, houve dois fatos em Belo Horizonte que resultaram dessa pavorosa relação de trabalho. Uma foi a assustadora greve dos pedreiros e serventes, marcada por depredações em toda a cidade e que exigiu a mediação de um líder sindical de São Paulo, o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva.
A outra foi a iniciativa do corretor de seguros Alaor Silva, que consistiu na criação de um seguro de vida popular, com o objetivo de amparar as famílias dos trabalhadores, em caso de morte e acidentes. Com o pagamento de apenas R$ 10,00 por mês, a construtora poderia proteger cada um dos seus empregados com uma apólice de R$ 20 mil, dinheiro suficiente, na época, para se adquirir uma casa para a família enlutada. "As viúvas recebiam as indenizações em apenas 24 horas após do falecimento do marido, numa rapidez inédita no mundo", recorda o corretor.
Naquele primeiro ano, as construtoras da capital mineira inscreveram oito mil trabalhadores. Hoje, 20 anos depois, há quase 700 mil protegidos por aquela pequena idéia que ganhou o nome de Plano de Amparo Social e Imediato (Pasi).
A iniciativa atraiu o interesse da Mapfre, que incluiu o produto em seu portfólio e passou a assumir a garantia pelas indenizações não só em Minas, mas em todos os estados onde atua, além de estender para outros setores e contabilizar mais de 20 mil empresas conveniadas, como explica Bento Zanzini, diretor vice-presidente da área de vida e previdência da seguradora espanhola: "O Pasi é um produto de sucesso, pois atende a um custo muito baixo trabalhadores da construção civil, postos de gasolina, entidades de classe de sindicato que dificilmente conseguem encontrar seguro com cobertura adequada a seu perfil."
O potencial de negócio do Pais levou Alaor Silva a criar Asteca Desenvolvimento de Seguros, companhia que gerencia as atividades de mais de três mil corretores autônomos pelo País. Em 20 anos, as indenizações totalizaram R$ 80 milhões, que foram pagas a um tipo de gente que, anteriormente, nada recebia. Há 13 mil convênios vigentes, assinados com mais de 300 sindicatos brasileiros. A receita da Asteca alcançou R$36 milhões no ano passado e se espera crescimento de 15% em 2009.
A expectativa não é apropriada para uma época de crise, mas decorre do lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, por meio do qual o governo federal pretende construir um milhão de casas. De acordo com estimativas tradicionais da construção civil, cada nova casa demanda pelo menos um novo emprego.
Silva se mostra feliz com o sucesso da sua idéia não apenas por conta dos resultados comerciais, mas, sobretudo pela extensão do benefício a milhões de brasileiros, diz o corretor, que hoje tem seu negócio estabelecido num prédio de quase dois mil metros de área construída em Belo Horizonte. "As famílias passaram a receber seguros e também se criou um novo mercado para as empresas seguradoras, do qual a sua firma detém cerca de 25% do total. Temos menos de três milhões de trabalhadores segurados, num universo de 33 milhões de pessoas com carteira assinada", analisa.
Para Zanzini, da Mapfre, a expectativa também é de novos negócios na esteira do PAC da habitação do governo Lula. "Na medida em que o governo incentiva a construção civil, setor pioneiro do Pasi, evidentemente ampliam-se bastante os horizontes desse mercado. Novos empreendimentos vão atrais mais mão-de-obra, que por sua vez vai precisar de proteção e garantias", avalia Zanzini.
Nesses vinte anos não apenas os pedreiros e serventes da construção, mas os trabalhadores de todas as categorias foram inscritos no Pasi. As indenizações continuam sendo pagas em 24 horas, em qualquer lugar do país. Os benefícios foram aumentados com a inclusão da indenização de 50% do valor para morte da esposa e 25% em caso de morte de cada filho. Há também a indenização total para caso de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais que impeçam o segurado de continuar trabalhando. Por fim, há a entrega de cestas básicas e cobertura de despesas funerárias para a família do segurado.
Nova parceria
A Asteca acaba de assinar acordo com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que vai recomendar o Pasi nos acordos dos seus 131 sindicatos patronais, que alcançam 140 mil empresas filiadas. A empresa também assinou contato, recentemente, com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais, que recomendará a adoção do seguro nos acordos trabalhistas com as destilarias e usinas do estado, que têm mais de 80 mil funcionários.
Nesta semana, deverá ser assinado o acordo com a Confederação Nacional de Transportes (CNT), que aconselhará o mesmo procedimento nos acordos com mais de um milhão de motoristas, trocadores e demais funcionários de empresas de ônibus de todo o País.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)
(Durval Guimarães - Colaborou Luciano Máximo)