quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Entrevista: Celso Petrucci



Palestra: “Encontro Executivo: Case do Mercado Imobiliário”
Data: 11 de agosto de 2009





Sciesp - Como você analisa o momento atual do mercado imobiliário brasileiro?
Petrucci –
Avalio como muito bom e até inesperado para quem passou por uma crise como nos passamos ano passado. Acompanho as pesquisas de lançamentos, imóveis novos e usados e o que tenho notado é que o índice de confiança do consumidor na aquisição de imóveis, voltou aos níveis pré-crise ou até níveis melhores.



Sciesp – Qual o segmento que, ao seu ver, merece destaque?
Petrucci –
Principalmente o segmento de 2 dormitórios. Tem haver com a exposição na mídia que tivemos durante os 4 primeiros meses do ano decorrente ao Programa “Minha Casa, Minha Vida”, e também com o Feirão da Caixa que foi promovido em maio na cidade de São Paulo. Para se ter uma idéia, em relação aos imóveis novos, de tudo que foi vendido no primeiro semestre, 44% foram imóveis de 2 dormitórios, o que foi uma surpresa em SP porque era um mercado predominantemente de 4 dormitórios. O que nós notamos é que existe uma adequação de projetos, uma nova busca por terrenos na periferia para a construção dos imóveis de 2 dormitórios.



Sciesp – Como você analisa o Programa “Minha Casa, Minha Vida”?
Petrucci –
Analiso o Programa como uma iniciativa muito boa. Eu acho que é o início de um grande programa que deve durar por muitos anos. Durante muito tempo ficamos sem uma política que prevê-se a produção maciça de imóveis para faixas salariais mais baixas. O nível de incentivo, de subsídio que o governo está colocando, aliado as 400mil unidades que vão ser construídas para as classes de 0 a 3 salários mínimos, eu analiso que o programa é uma realidade, apesar de não acontecer na velocidade que muitos esperam, inclusive eu, e que tem alguns desafios e obstáculos para atravessar. No entanto, estamos contando que seja um programa que veio para ficar, acredito que este seja o embrião de um programa para 10/15 anos que possa reverter a situação do déficit habitacional do país.



Sciesp – Qual dica que o sr. oferece, em termos de financiamento, a quem está procurando um imóvel e a quem vai prestar assessoria imobiliária?
Petrucci –
Porque será que os corretores resistem tanto em trabalhar com financiamento imobiliário. Deve ser porque os corretores vêm que está é uma venda que demora mais para receber a comissão, além de ser muito mais burocrática, do ponto de 3 vista formal, no entanto, não tenho a menor dúvida de que os corretores terão que aprender a fazer financiamento e vão ter que se adequar a esta nova realidade, pois em um futuro muito próximo, a cada 10 imóveis que nós vendemos, 8 serão através do financiamento imobiliário. Além disso, o corretor que vende imóvel, eu não tenho a menor dúvida de que a questão do financiamento imobiliário, ajuda a vender o imóvel. Não temk como pensar apenas em vender imóveis a vista. Hoje nenhum vendedor financia o imóvel para o comprador. Tenho certeza de que o Sciesp está fazendo um trabalho para que o corretor se especialize e aprenda, desta forma, a fazer o financiamento.

Sciesp – A burocracia brasileira, a seu ver, é positiva ou negativa?
Petrucci –
A pergunta é muito boa pois leva a perceber duas coisas. O Brasil, diferentemente dos EUA e da Espanha, que são países que estavam com esse processo de financiamento hipotecário muito modernizado, o Brasil tinha algumas coisas que eram extremamente ruins para nossa economia. Porém, o que era ruim, ficou bom, pois os nossos bancos ainda são muito burocráticos e muito restritivos na concessão de crédito mas isso permite que nos tenhamos um credito imobiliário atual, com níveis de inadimplência que nunca foram vistos desde a criação do BNH em 1964, então, está é uma vantagem para nós. O outro ponto é que o Brasil tinha a maior taxa de juros do mundo, o que era muito ruim, mas foi o que permitiu que o país abaixasse, rapidamente, essa taxa de 13,75% a 8,75%. Por tudo isso, temos hoje condições de prever um segundo semestre muito bom. Nós estamos muito longe do que foi chamado de bolha imobiliária americana e temos muito o que crescer.


Sciesp – Em que o corretor pode ajudar?
Petrucci –
O corretor é fundamental em vários processos, dentre eles: no processo de conscientização dos compradores; no processo de induzir uma compra responsável.


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