sexta-feira, 31 de julho de 2009

IGP-M tem deflação de novo: 0,43%

Resultado foi inferior ao de junho, que apontou taxa negativa de 0,1%

Flávio Leonel
Estadão

O Índice Geral de Preços -Mercado (IGP-M), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou deflação de 0,43% em julho ante taxa negativa de 0,10% em junho. O resultado ficou bem abaixo das expectativas dos economistas consultados pela AE Projeções, que eram de queda de 0,35% a 0,24%. O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse que o cenário de deflação que marcou o IGP-M em seis dos sete meses apurados em 2009 tende a acabar no curto prazo. Em entrevista à Agência Estado, ele avaliou que, por causa dos sinais de recuperação de algumas economias do globo e uma interferência direta desse efeito no preço das commodities, a parte industrial dos preços do atacado, que tem o maior peso no indicador geral da FGV, tem condições de continuar mostrando menor queda e até passar para o terreno positivo nos próximos levantamentos.
Quadros ressaltou, entretanto, que o cenário do IGP-M para 2009 ainda é muito favorável e, se existir algum tipo de aceleração no índice, ela não será capaz de provocar preocupações no mercado financeiro. "Acredito que acabou aquele período de redução rápida e fácil do IGP-M e, a partir do mês que vem, isso vai ficar claro", opinou. "Mas também não quer dizer que o índice vai sair decolando por aí. Ele vai oscilar e, nesse movimento, pode ficar pouco acima de zero ou até pouco abaixo desse nível.
"De acordo com Quadros, especificamente em relação a julho, o IGP-M contou com uma queda mais forte dos preços agropecuários do atacado. Se em junho esse segmento mostrou uma alta de 1%, no mês seguinte recuou fortemente 1,89%, com claros efeitos de produtos de peso importantes, como a soja, que caiu 3,32% ante avanço anterior de 1,47% e, segundo o coordenador, passou por um "movimento brusco de correção" após um período de elevação.
Para Quadros, a deflação dos agropecuários foi importante para aliviar o declínio bem menos intenso em julho pelo conjunto dos preços industriais. Esse segmento teve baixa de 0,49% ante queda de 0,92% de junho. Segundo o coordenador, a partir de agora, a deflação tenderá a não ter continuidade.

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