terça-feira, 7 de julho de 2009

Crédito imobiliário da Caixa cresce 75% e bate recorde

Maior financiador do setor habitacional emprestou R$ 17,5 bi no 1º semestre
Aumento da massa salarial, subsídios à baixa renda e juros mais baixos explicam crescimento, segundo o vice-presidente do banco
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO
PARA A FOLHA
Líder no crédito de imóveis, a Caixa Econômica Federal bateu recorde do volume oferecido à compra da casa própria: foram concedidos R$ 17,5 bilhões em 351 mil empréstimos no primeiro semestre do ano -crescimento de 75% ante o registrado no mesmo período do ano passado.
Desse volume, R$ 9,2 bilhões vieram dos recursos da poupança destinados à habitação, alta de 267%.
Para o vice-presidente da instituição, Jorge Hereda, o aumento da massa salarial, o acréscimo de subsídios à baixa renda e os juros mais baixos foram os responsáveis pelo volume recorde, que reflete a inclusão de famílias que antes não tinham acesso ao financiamento imobiliário. Com a escassez de crédito vivida logo após o agravamento da crise econômica global, em setembro passado, "o mercado bancário recuou e a Caixa avançou e ocupou o espaço deixado", diz Hereda.
Para o economista Francisco Pessoa, consultor da LCA, o crescimento do volume contratado indica que o nível de confiança do consumidor brasileiro, afetado num primeiro momento pós-crise, já se recupera -considerando que o financiamento habitacional é um compromisso de longo prazo.
O resultado positivo do primeiro semestre ainda foi impulsionado pelos feirões da casa própria, que costumam impactar as contratações da Caixa por seis meses, período no qual a carta de crédito obtida é utilizada, diz Hereda. "Nos feirões, foi possível constatar que muitas famílias passaram a ter condições de entrar no mercado imobiliário. E com o Minha Casa, Minha Vida, empresas vão acreditar mais e vai haver mais imóveis para baixa renda.
"O programa habitacional do governo federal -medida anticíclica que visa construir 1 milhão de casas para quem ganha até dez salários mínimos- respondeu por R$ 1,5 bilhão do volume financiado, diz Hereda: metade foi para a produção, metade para a pessoa física.
Até junho, 581 projetos (100 mil imóveis) estavam em análise e 97 (10 mil), já contratados, segundo a presidenta da Caixa, Maria Fernanda Ramos. Apesar de formar 40% da meta do programa, a faixa de renda de zero a três salários tem 28% dos projetos em análise. A Caixa espera que a contratação prevista seja fechada até o fim de 2010.

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