terça-feira, 20 de julho de 2010

Crédito imobiliário deve subir de 3% para 11% do PIB até 2014, preveem bancos.

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO
FONTE: FOLHA
O presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Luiz Antônio França, prevê que, já em 2014, o financiamento imobiliário atinja 11% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil.

A previsão está em linha com a estimativa de Jorge Hereda, vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, que projeta 10% no ano seguinte. Atualmente, a proporção é de apenas 3%.

Os sucessivos recordes estão levando o banco a começar a procurar fontes alternativas de financiamentofontes, além dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e da poupança. "Temos mais uns três anos para conseguir equacionar essa questão", disse Hereda ontem, ao anunciar o crescimento de 95% nos empréstimos no primeiro semestre.

Sobre a possibilidade de bolha imobiliária, França diz que a entidade encomendou um amplo estudo sobre o assunto, que será divulgado no próximo mês. "O trabalho indica que não há bolha, mas vamos explicar isso adequadamente. No "achismo", não funciona."

Leia trechos da entrevista do executivo concedida à Folha.

Ritmo de crescimento


Prevemos [a necessidade de fontes alternativas de financiamento imobiliário] para o final de 2012, mantido esse ritmo de crescimento. E não é improvável que se mantenha. O crédito imobiliário cresce na ordem de 50% ao ano, e a caderneta, 17,7%. O crédito imobiliário ante o PIB ainda é 3%. No Chile, por exemplo, chega a 15%.

Na atual situação macroeconômica, e com as alterações de regras nos últimos anos, como a alienação fiduciária [o imóvel é dado como garantia], temos um ambiente propício, com juro compatível.


Securitização

A securitização [da carteira] é apenas um dos instrumentos [para conseguir fontes alternativas de financiamento]. Em vários países que analisamos, a securitização tem importância relevante, mas diferente. Na Alemanha, por exemplo, é 18%. No Canadá, 31%. Na Espanha, 60%. Mas a securitização não é o único caminho. Temos que olhar outras formas.


"Covered bond"


Há um instrumento, o "covered bond", um título emitido por instituições financeiras. Esse papel traz uma determinada carteira pré-analisada pelos investidores que vai ser garantia, ou seja, se tiver um "default" [inadimplência], até insolvência da instituição, essa carteira é transferida aos detentores dos títulos.

Na securitização, o investidor pega o risco do tomador final. No "covered bond", há duas garantias: o banco e o tomador.

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