quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Crédito imobiliário retorna e mercado retoma projetos

Fernando Travaglini, de São Paulo
Fonte: Valor Online – 08/10/2009


O financiamento imobiliário tem tudo para ser o motor do crescimento das carteiras de crédito em 2010

O financiamento imobiliário tem tudo para ser o motor do crescimento das carteiras de crédito em 2010. Os recursos da poupança, a principal fonte de empréstimos habitacionais, nunca foram tão abundantes e a competição entre os bancos pelos melhores empreendimentos e clientes já voltou ao nível anterior à crise.

O Bradesco tem cerca de R$ 4,5 bilhões em recursos já contratados com as construtoras para liberar nos próximos 24 meses. "Esperamos crescer entre 20% e 25% no próximo ano, entre crédito a pessoa física e empresas", diz o diretor do Bradesco, Nilton Pelegrino Nogueira.

A incorporadora PDG Realty, que captou quase R$ 800 milhões em recente oferta de ações, diz estar confortável para aplicar esses recursos na expansão dos negócios, pois a necessidade de capital de giro tem sido bem atendida pelos bancos, segundo o diretor da empresa Frederico Carneiro da Cunha.

O financiamento à produção já está em ritmo semelhante ao de antes da crise. Aos primeiros sinais de aceleração dos lançamentos, as instituições financeiras reativaram as negociações com as empresas e disputam os melhores empreendimentos. Segundo dados da Abecip, entidade que representa os bancos que usam a poupança como fonte de captação, as liberações para obras cresceram 17% em agosto em relação a julho, para R$ 1,154 bilhão. O valor é inferior aos vistos em 2008, mas a tendência é de alta.

"Recebemos entre 10 e 15 projetos novos por semana para passar pelo crivo técnico, uma média de R$ 200 milhões semanais. O mercado está bastante aquecido e os projetos engavetados durante a crise estão sendo colocados em planos de construção", diz Nogueira, do Bradesco. A situação é idêntica no HSBC. "As incorporadoras tomaram coragem e o número de lançamentos neste ano pode atingir o mesmo volume de 2008. Ninguém imaginava isso no começo do ano", disse Roberto Sampaio, diretor da área de crédito às incorporadoras do banco.

Mesmo com a grande oferta de recursos, as taxas de juros dos financiamentos não devem cair mais. Alguns bancos já cobram da pessoa física 7,8% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR). O piso atual no financiamento às incorporadoras está em 10% ao ano mais TR. Abaixo desses patamares, dizem as instituições financeiras, é impossível trabalhar.

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