segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aluguel residencial deve ser entre 0,5% e 0,8% do valor do imóvel

20 de setembro de 2010
0h 00
 
Se eu comprar um imóvel na planta e o contrato for acertado em um valor menor que R$ 500 mil poderei usar o FGTS quando o imóvel for entregue?

 
Sim, as regras básicas da Caixa para utilização do FGTS são: que seja residencial urbano; tenha valor de avaliação na data da contratação de até R$ 500 mil; apresentar, na data da avaliação, plenas condições de habitabilidade e ausência de vícios de construção; não ter sido objeto de utilização do FGTS em aquisição anterior ou liberação da última parcela de construção há menos de três anos; estar devidamente matriculado no Cartório de Registro de Imóveis da região; o imóvel deve estar situado no município que o proponente comprovar que já reside há pelo menos um ano.

Tenho um apartamento em Moema avaliado em R$ 650 mil. Não estou conseguindo locá-lo por R$ 3 mil, que é menos do que 0,5% do valor de venda. Qual seria o porcentual adequado para locação? Tenho pensado em vendê-lo e aplicar o dinheiro. O que acha?

A média geral que pode ser usada para o aluguel residencial é entre 0,5% a 0,8% do valor do imóvel. Mas essa porcentagem depende muito da localização, do tipo de imóvel e suas condições gerais. A questão trazida pelo leitor chama atenção sobre o investimento em imóveis. Isso porque nós sempre ouvimos que investir em imóveis é um bom negócio porque o risco é muito baixo. Mas cuidado. Adquirir imóveis é uma forma de investimento, mas que deve ser vista dentro de sua realidade. Há riscos envolvidos que nem sempre são considerados. O primeiro é o risco de liquidez que não é baixo. Em outros termos, pode ser difícil vender o imóvel pelo preço justo quando você precisa do dinheiro. Há outros riscos como não recebimento do aluguel, tempo parado sem alugar que pode gerar custos como manutenção, impostos, condomínio. Um fator que é muito destacado quando se fala de investir em imóveis é que além do aluguel você ganha com a valorização do bem. Isto é certo, mas deve ser apontado também que pode ocorrer o contrário e o bem se desvalorizar ou a valorização não compensar. Quanto à aplicação do valor considerado, há alternativas interessantes de baixo e médio risco, como títulos do Tesouro, CDBs que sejam bem negociados, fundos DI e de Renda Fixa, a opção vai depender também do prazo que o investidor mantiver a aplicação.


 

Com R$ 500 mil aplicados em renda fixa a 0,6% ao mês, retirando-se R$ 3 mil por mês, por quanto tempo

devem durar os rendimentos?

Teoricamente essa aplicação nunca irá acabar porque R$ 3 mil corresponde exatamente a 0,6% do valor total que é R$ 500 mil. Em outros termos, caso o leitor retire mensalmente até o limite de 0,6% do total ele estará mantendo intacto o valor inicialmente aplicado. Vale ressaltar que nesse cálculo está sendo admitido que a taxa de 0,6% ao mês é uma taxa líquida, ou seja, já tendo sido descontado do rendimento bruto os custos da aplicação e o Imposto de Renda. Caso contrário, o valor que irá entrar no bolso do investidor será menor que R$3 mil. O leitor também deve ficar atento ao fato de que nessas contas não está sendo considerado o efeito da inflação.

Umas das máximas em finanças diz que o caminho das pedras para a compra da casa própria é morar de aluguel enquanto se junta o dinheiro necessário para não entrar em um financiamento de trinta anos. Será que depois de ter acumulado o dinheiro, não é ainda melhor investir o montante, fazer o financiamento e pagar as prestações com o rendimento dos recursos? Exemplo: Poupança de R$ 200 mil; Rentabilidade de R$ 1,2 mil (poupança). Faz-se um financiamento com prestação de R$ 1,2 mil. O que o senhor acha, essa lógica pode ser verídica?

Poupar dinheiro para depois gastar é, sim, uma máxima de finanças pessoais. Mas, para mim, algo mais importante é sempre fazer contas antes de realizar qualquer opção. Quero dizer que há casos que, dependendo da região, do tipo de imóvel, da situação familiar, entre outras coisas, optar por um imóvel financiado mais barato e ainda manter alguma capacidade de poupança pode ser uma alternativa mais vantajosa. A lógica traçada pelo leitor é possível. Mas cuidado. Ela não é tão simples como parece e, como disse, somente devemos adotá-la depois de muitas contas. Não dá para acreditar que seja possível obter rentabilidade suficiente para cobrir os juros cobrados em qualquer financiamento. A estratégia apontada pelo leitor precisa ser cotejada com valores reais. A retirada máxima da caderneta de poupança deve ser de R$ 1.000 (0,5% ao mês) para que o principal não seja gasto, isto sem considerar a questão inflacionária. Outra coisa é que deve ser encontrado um imóvel financiado compatível com uma prestação que caiba na retirada dos rendimentos. Caso isso seja possível, muito bem.


FONTE: JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

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