terça-feira, 6 de março de 2012

O MERCADO DE CRÉDITOS DE CARBONO

A preocupação com o meio ambiente levou os países da ONU assinar acordo que estipula o controle sobre as intervenções humanas nas mudanças climáticas. Esse acordo, denominado Protocolo de Kyoto, subscrito na cidade de Kyoto, Japão foi ratificado por 141 países responsáveis por 55% das emissões globais e, entrou em vigor em 16 de janeiro de 2005. O protocolo determina que entre 2008 e 2012 os 30 países mais desenvolvidos devem diminuir em 5% as emissões em relação ao total registrado em 1990. Para os países em desenvolvimento, como o Brasil, o protocolo não prevê compromissos de reduções na emissão dos gases de efeito estufa (GEE). O principal papel dos países em desenvolvimento é o de diminuir as emissões a partir de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL).

(Alexandre Tirelli - Presidente Sciesp e Chanceler UniSciesp)

Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono corresponde a um crédito de carbono. Logo, comprar créditos de carbono no mercado corresponde aproximadamente a comprar uma permissão para emitir GEE. O preço dessa permissão, negociado no mercado, deve ser necessariamente inferior ao da multa que o emissor deveria pagar ao poder público, por emitir GEE.

O Brasil pode se beneficiar bastante deste cenário como vendedor de créditos de carbono e, também como celeiro de investimentos em projetos engajados com a redução da emissão de gases poluentes, como é o caso do biodiesel. No Brasil, os principais projetos de MDL referem-se a aterros sanitários, que impedem o metano de ir para a atmosfera e o uso de biomassa para produção de álcool. Atualmente existem alguns projetos de florestamento e reflorestamento autorizados pela ONU a comercializar créditos de carbono. Destaca-se o Projeto Plantar, localizado, em Minas Gerais com objetivo principal de redução das emissões de gases do efeito estufa através de plantios sustentáveis de florestas de eucalipto para suprir o uso de carvão vegetal na produção de ferro primário.
Projetos de florestamento e reflorestamento deverão ser incentivados, novas metodologias para aferir com precisão a quantidade de CO2 sequestrada a partir do uso desta tecnologia devem surgir. Igualmente, fontes alternativas de financiamento, visto que muitas das metodologias existentes, não se enquadram integralmente nas normas do MDL, preconizadas pelo protocolo de Kyoto, devendo assim beneficiar projetos de menor escala e diminuir os gastos de implantação e registro da RCE (redução certificada de emissões).

O Brasil, país de dimensões continentais, apresenta infinitas possibilidades de negócios imobiliários, principalmente fora das denominadas áreas urbanas. Assim, é imperioso que o corretor de imóveis, profissional da intermediação imobiliária, dada a sua característica empreendedora fique atento a essas inovações e possibilidades de negócios para prestar uma boa consultoria a seus clientes. Em outras palavras, aquilo que ontem era, em alguns casos, motivo impeditivo ou ainda, fator depreciativo de áreas imobiliárias hoje constitui ativo importante e, extremamente valorizado para a comunidade mundial. Assuntos como este estarão sendo amplamente discutidos e aprimorados na 24º. Edição do CONACI - Congresso Nacional dos Corretores de Imóveis. Participe desse diálogo trazendo a sua sugestão e ajude a decidir o futuro do nosso mercado de trabalho.

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